28 de fevereiro de 2018

Trama Fantasma

Costurado na medida

Phantom Thread, Dir: Paul Thomas Anderson, EUA, 2017, 2h10min
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Sabe aquela velha história da moça pobre que encontra um homem rico e experiente que irá fazê-la feliz? Em Trama Fantasma é isso o que temos, mas de maneira muito, mas muito diferente.

Na trama, um estilista ultrarrenomado conhece uma garçonete que se torna sua musa e amante. E suas relações se revelaram absurdamente estranhas, desde o primeiro encontro.

Daniel Day-Lewis, talvez o maior ator de cinema de todos os tempos (e único a levar 3 prêmios na categoria principal do Oscar), ganhou de presente um personagem formidável na sua anunciada despedida das telas. Ele é antissocial, imaturo, metódico, irritadiço e tem complexo de Édipo. 

O roteiro é formidável, cheio de momentos inesperados, reviravoltas e subtextos. Os problemas psicológicos não são exclusivos do excêntrico protagonista, se espalhando por todos os lados. Todas as personagens são complexas, ainda que a princípio parecessem ser meros estereótipos. Isso, aliás, é marca dos filmes do diretor e roteirista Paul Thomas Anderson, um dos maiores cineastas da atualidade. 

O filme é de um sutileza incrível. Mais do que é dito, o que vale são as pequenas expressões faciais, as contradições e os desajustes. E para isso o diretor se vale de muitos closes em detalhes, mostrando a importância da imagem para se contar uma história nas telas. E, apesar do tema não fazer parecer, o filme é repleto de humor. Nada do tipo espalhafatoso ou anedótico, mas tudo causado pela inadequação de situações para uma pessoa metódica. 

Além de Daniel Day-Lewis, o filme tem outras duas personagens fortes interpretando a irmã e a musa do protagonista. Ambas as atrizes, respectivamente Leslie Manville e Vicky Krieps, estão muito bem. A primeira recebeu indicação ao prêmio de coadjuvante, mas a segunda mereceria ainda mais, especialmente por fazer o contraponto preciso frente ao personagem principal e não se intimidar com a presença de um mito do cinema dividindo a cena com ela.  

Tecnicamente o filme é excelente. As cores sóbrias dos cenários e das roupas casam perfeitamente com o ambiente. E a parte sonora é uma aula sobre a importância da trilha sonora e dos efeitos sonoros em um filme. Em alguns momentos é o som que conta a história.

Além das indicações ao Oscar nas categorias de ator principal e atriz coadjuvante, o filme ainda disputa os prêmios de melhor filme, direção, trilha sonora e figurino. É favorito absoluto nessa última e dificilmente ganha outro prêmio, mas teria méritos para ganhar em todas.

Trama Fantasma é um filme sensacional. Sutil e complexo sem criar dificuldades para o espectador acompanhá-lo. Uma aula de como fazer cinema de qualidade.

Nota: 9

27 de fevereiro de 2018

A Forma da Água

Amor embaixo d´água

The Shape of Water, Dir: Guillermo del Toro, EUA, 2017, 2h03min
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Sua vidinha cotidiana anda monótona e sem graça? Precisando de alguém que mude sua maneira de viver? E se esse alguém for beeeem diferente? Essa é a premissa de A Forma da Água.

Na trama, uma mulher muda que trabalha como faxineira em um laboratório secreto dos EUA dos anos 60 se afeiçoa por um "homem-peixe" encontrado nas águas amazônicas e testado para seu potencial como arma na Guerra Fria contra os soviéticos.

É um trama fantasiosa? Lógico. Então a primeira coisa a se fazer ao ir ao cinema não é ficar dizendo: "mas isso não pode acontecer!" É claro que não. O filme é simplesmente uma alegoria tentando mostrar que a beleza interior pode ser bem maior do que uma aparência horrenda. E não custa lembrar, o cinema acabou ganhando muito realismo no decorrer de seus anos, mas a fantasia foi e ainda é um dos seus elementos mais marcantes. Basta lembrar que um dos primeiros filmes da Sétima Arte foi Viagem à Lua, do visionário George Méliès, em que um canhão atirava uma bala que caía no satélite terrestre onde viviam seres exóticos.

O tom do filme e sua protagonista guardam muitas semelhanças com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Apesar do tom quase infantil que tem as histórias, suas tramas envolvem sexo, violência e conflito social. Em ambos a protagonista é uma mulher doce, sonhadora, tímida e reclusa. 

A produção é caprichada. Os cenários são muito bonitos, com um que de retrô-futurístico, o futuro do pretérito, mostrando como seria o futuro na visão dos anos 60 (algo tipo o desenho dos Jetsons). Para se ambientar ao universo retratado a fotografia faz muito uso de tons de azul e verde, cores aquáticas. 

O roteiro, porém, é bem simples. Uma historinha de amor improvável em que os amantes devem enfrentar grandes desafios, dentre eles o cenário real de paranoia da Guerra Fria, para ficarem unidos. Seus personagens são chapados E isso faz com que o espectador não se envolva emocionalmente com a história. Apenas verá uma historinha da carochinha bem contada e nada marcante.

O diretor Guillermo del Toro é favorito ao Oscar. Sem dúvida, a parte técnica deve muito a seu trabalho e ele conduz bem seu elenco. Contudo, a mencionada falta de envolvimento do espectador com a história deixa a desejar.

Sally Hawkings está encantadora como a protagonista muda e tímida. Digna de elogios também é a atuação indicada ao Oscar de Richard Jenkins, no papel de melhor amigo inseguro da protagonista. Não é o caso nem nunca deveria ter sido o da indicação da já (indevidamente) oscarizada Octavia Spencer, que sempre repete o mesmo papel de mulher do povo faladora. Michael Shannon é um bom ator e sua presença enche a cena, mas aqui parece ter atuado em modo automático.

O filme é o líder de indicações ao Oscar disputando 13 categorias: filme, direção, roteiro original, atriz principal, atriz coadjuvante, ator coadjuvante, fotografia, edição, design de produção, trilha sonora, figurino, edição de som e mixagem de som. É fortíssimo candidato a levar o prêmio de melhor filme e favorito em direção, design de produção e trilha sonora. Assim tem sérias chances de ser o filme mais premiado da noite.

A Forma da Água se destaca por seu belo visual e por seu tema fantástico. Infelizmente, seu roteiro deixa a desejar com a falta de profundidade e de imersão emocional em seu universo aquático.

Nota: 6

23 de fevereiro de 2018

Lady Bird

Sou doidinha mas me dei bem

Dir: Greta Gerwig, EUA, 2017, 1h34min
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A adolescência, especialmente em seu fim, é o momento em que nos preparamos para a vida de adulto que se seguirá. Nessa fase temos ainda muitos sonhos e achamos que somos capazes de tudo. Mas o nosso leque de opções, ainda que nos esforcemos a acreditar ser infinito, já se reduziu por conta de escolhas do passado. Aí começam nossas dúvidas sobre nosso potencial. Esse é o ponto de partida de Lady Bird.

Na trama, Christine, autonomeada Lady Bird, uma adolescente no último ano do ensino médio, sonha em deixar a cidade de Sacramento na Califórnia e rumar para uma vida mais intelectualizada em alguma universidade tradicional na Costa Leste dos EUA. Mas seu desempenho escolar mediano faz com que todos desconfiem de sua capacidade de conquistar seu sonho.

O roteiro e a direção são da descolada atriz Greta Gerwig, uma celebridade no mundo do cinema independente americano. Apesar de negar que o filme seja necessariamente uma autobiografia, a personagem-título tem quase que exatamente a mesma trajetória da diretora: é loira, de Sacramento, tem mãe enfermeira, pai da área de TI e sonhava em ter uma vida menos ordinária.

Um dos temas mais fortes no filme é a relação entre Lady Bird e sua mãe. A mãe se sente frustrada por ter que trabalhar muito e ganhar pouco, e sonha que sua filha possa ter uma vida melhor que a dela. Já a filha sonha em ter um bom padrão de vida mas parece não querer acreditar que isso tem seu custo, e portanto vive em busca de pequenas alegrias.

Nisso Lady Bird se parece bastante com Frances Ha, filme estrelado pela agora diretora Greta Gerwig, em que ela vive uma mulher já chegando aos 30 que se comporta como uma adolescente despreocupada. Lady Bird, assim, seria Frances Ha alguns anos mais jovem.

O filme tem uma falta de foco que se casa com a personalidade da protagonista. Cada hora sua preocupação é diferente, cada hora se envolve com uma pessoa diferente e não percebe a importância das metas e relações duradouras. Tudo é muito fugaz para Lady Bird. Mas por mais que essa adequação entre falta de foco do filme e da personagem seja interessante, o roteiro se fragiliza pela falta da escolha de um ponto principal.

Lady Bird tem alguns bons momentos. Mas são poucos e parece que quase todos os seus diálogos espertinhos foram mostrados no trailer. No fim, tem-se a impressão de que a obra foi feita para exaltar a trajetória de sua diretora, uma menina meio perdida que acabou dando certo nas artes, vendendo uma esperança de que basta acreditar nos seus sonhos que tudo dará certo.

Destacam-se as atuações de Saoirse Ronan como a protagonista e de Laurie Metcalf como sua mãe ambas indicadas ao Oscar. Além das atrizes o filme conta ainda com mais 3 indicações: melhor filme, direção e roteiro original. Nesta última tem até uma chance considerável (embora não merecida) e dificilmente leva nas outras.

Lady Bird é um filme apenas ok sobre a adolescência, que parece ter sido feito para massagear o ego da diretora que quer manter a pinta de descolada. 

Nota: 6

22 de fevereiro de 2018

Me Chame pelo Seu Nome

Amor Além do Verão 

Call Me by Your Name, Dir: Luca Guadagnino, Itália/França/Brasil/EUA, 2017, 2h12min
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A adolescência é um momento naturalmente complicado, em que começamos a adentrar no mundo dos adultos. E certamente essa fase seria mais complicada há 35 anos e se o interesse sexual se revelasse por pessoas do mesmo sexo. É daí que parte Me Chame pelo seu Nome.

Na trama passada em "algum lugar no norte da Itália no verão de 1983", um professor de arqueologia recebe em sua casa por algumas semanas um assistente para sua pesquisa Oliver, um homem maduro, mas ainda jovem, seguro, bonito e atlético irá mexer com o filho do professor, Elio.

O filme mostra a aproximação entre duas pessoas do mesmo sexo por meio de gestos sutis, às vezes quase imperceptíveis. Nesse aspecto lembra Carol, que nesse aspecto da aproximação é muito superior. Aqui, a ligação entre eles é muito mais do que meramente por interesse sexual, pois apesar das diferenças de experiência de vida de ambos, eles tem muitos interesses em comum, formando uma ligação quase que transcedental.

Como o protagonista é adolescente, sua insegurança estará sempre presente. E ele viverá muitos momentos bobos típicos desta fase, como masturbação com fantasias estranhas, desabrochar sexual (no caso, tanto com o sexo oposto quanto com o próprio sexo), necessidade de auto-afirmar-se, dentre outras questões. Além disso, ele ficará dividido entre sua atração por Oliver e a atração de sua amiga Marzia por ele.

A dupla de atores principais, Timothée Chalamet e Armie Hammer é digna de elogios e ambos foram devidamente agraciados com as indicações ao Oscar por atuação. Ambos tem atuações sutis e verdadeiras. 

O filme, apesar de ser principalmente falado em inglês americano, tem muito mais ritmo de filme europeu. Aliás, seu ritmo se casa muito bem o de seu cenário, de um verão longo e preguiçoso em uma área semi-rural na Itália.

Por conta disso, não há de se esperar reviravoltas e muitos acontecimentos ao longo de sua projeção. Tudo será calmo e sutil. Até demais. Leva-se muito tempo na construção dos personagens e na apreciação dos cenários, sem nada de muito relevante. Mesmo os mais acostumados a um cinema de ritmo mais lento podem se incomodar com a falta de ação no filme. Felizmente, em seu final (especialmente no monólogo do pai de Elio), o filme nos remete ao sentido de tudo que ocorreu e talvez não tenhamos notado.

Recebeu 4 indicações ao Oscar: melhor filme, ator principal, ator coadjuvante e roteiro adaptado. É o favorito nesta última categoria e praticamente não tem chances de ser premiados nas outras.

Me Chame pelo Seu Nome é um filme sutil, delicado e lento. Uma obra que nos faz pensar nas pequenas coisas que nos aproximam dos outros e no quão raro é uma conexão profunda entre duas pessoas.

Nota: 7

16 de fevereiro de 2018

Três Anúncios para um Crime

Um Ensaio sobre o Ódio 

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri, Dir: Martin McDonagh, EUA, Reino Unido, 2017, 1h55min
IMDB                 Trailer


Se as autoridades são incompetentes, é correto provocá-las? Essa é uma das principais perguntas levantada em Três Anúncios para um Crime.

Na trama, uma mulher que teve a filha adolescente estuprada e assassinada resolve provocar as autoridades policiais de sua pequena cidade ao colocar três anúncios em outdoors questionando sua ineficácia em encontrar os culpados após vários meses da ocorrência do crime chocante. Essa atitude irá em colocar em rota de colisão com diversas pessoas, incluindo até mesmo sua família.

O filme nos leva à chamada América Profunda, em um cidadezinha na região central dos EUA e de relevância quase nenhuma à opinião pública do país, sempre ligada ao noticiário dos grandes centros urbanos.

Sua protagonista é uma mulher comum, da classe trabalhadora, que passa a imagem de anti-heroína, pois por mais que se queira gostar dela é impossível concordar com toda sua brutalidade e seu desejo de fazer as coisas certas ao seu modo truculento. E nos leva ao questionamento se o ódio, ainda que surgido de uma grande injustiça, tem algum valor na resolução dos problemas.

Lendo a sinopse não é possível se imaginar que o filme possa ser bem humorado. Mas é. Um humor às vezes áspero, às vezes pastelão, sempre bem inserido, que impressionantemente dá um senso maior de realismo ao filme, pois na vida os dramas vem acompanhando de atitudes atrapalhadas. O humor também consegue tornar o filme mais fácil de ser assistido, pois os temas tratados serão muito pesados, abordando ódio, vingança, culpa, compaixão, solidariedade, racismo, sexismo, dentre outros.

O bom roteiro assinado pelo diretor do longa Martin McDonagh reserva muitas surpresas sobre o passado e sobre os personagens e a trama terá reviravoltas. Sua direção também é discreta, dando espaço para o destaque do ótimo elenco.

Frances McDormand vai certamente e merecidamente levar o Oscar. Sua atuação permite que cada um julgue como quiser a personagem, pois ela não cai em maniqueísmo de ser heroína ou de ser vilã, nem mesmo deixa que qualquer característica marcante de sua personagem, como a dureza, a tornem uma personagem bidimensional.

Sam Rockwell também levará a sua estatueta como coadjuvante e tem os mesmos créditos da protagonista. Se no princípio seu personagem é burro e repugnante, no último ato ele passa por uma grande transformação.

Além dos citados prêmios de atriz principal e ator coadjuvante, o filme também está indicado a melhor filme, roteiro original, trilha sonora, edição e novamente em ator coadjuvante com Woody Harrelson. Como mencionado, é certo que será premiado nas categorias de atuação, é um dos favoritos a levar melhor filme, e pode surpreender em roteiro, mas nas demais categorias suas chances são remotas.

Três Anúncios para um Crime é um filme muito bom sobre vingança e justiça. Um filme que é amaciado pelo humor na medida certa, sem perder sua seriedade. E um sério candidato a levar o Oscar de melhor filme.

Nota: 8

2 de fevereiro de 2018

O Destino de uma Nação

O Discurso do Rei... Primeiro Ministro 

Darkest Hour, Dir: Joe Wright, Reino Unido/EUA, 2018, 2h05min
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Em quase todo o ano há um filme britânico na lista de melhores filmes do Oscar. Isso levou à criação do termo jocoso "cota britânica" na premiação hollywoodiana. Neste ano, na linha típica de filmes de época do Reino Unido tratando de personalidades reais, temos O Destino de Uma Nação.

A trama acompanha o primeiro mês após o ataque alemão às forças aliadas na Batalha da França da Segunda Guerra Mundial, um dos momentos mais cruciais na história britânica e que levou o velho político Winston Churchill a assumir o cargo de primeiro ministro. O foco do filme fica na parte política e na luta de Churchill para derrotar os importantes políticos que defendiam um acordo de paz com a Alemanha de Hitler, sobretudo seu antecessor, Neville Chamberlain.

O filme se passa quase que inteiramente em ambientes internos e em meio à discussões políticas. Quem não se interessa pelo assunto, certamente não irá gostar. Também aborda bastante a excêntrica personalidade de Churchill, um homem de maneiras exageradas e de alma passional, bem diferente do padrão comedido pelo qual os ingleses são conhecidos.

O destaque do filme é a atuação de Gary Oldman como protagonista. Seria muita fácil cair numa representação caricatural de um homem tão excêntrico, mas Oldman sabe dosar os episódios de arroubos do político com os momentos mais introspectivos do homem de família. Além disso, a maquiagem também é um primor, tornando Oldman quase irreconhecível. 

Fora essas qualidades, o filme é apenas correto. Nada é mal feito, como é comum em produções britânicas: as atuações são boas, o roteiro funciona e a direção é caprichada. Mas nada aí é digno de destaque também. 

Quanto ao roteiro, apesar de acertar ao criar um Churchill complexo em vez de simplesmente criar um herói irretocável ou um homem bizarro que deu certo, erra na sua extensão (o que poderia também ser consertado na edição), pois daria daria para enxugar ao menos uns 20 minutos do filme sem prejuízo à narrativa, já que muitas vezes às discussões se parecem com o repeteco do que já havia sido dito anteriormente com Churchill sempre enfatizando a necessidade de não ter apaziguamento com Hitler. Às vezes parece que o roteiro só vai criando elementos para Churchill proferir seu famoso discurso em que disse que os britânicos lutariam em todos os locais mas que jamais se renderiam, lembrando assim o mediano vencedor do Oscar O Discurso do Rei

O filme é uma obra de ficção baseada em realidade, o que leva a ter alguns fatos bem fantasiosos criados na narrativa, como Churchill tomar o metrô e querer saber a opinião do povo sobre a atitude a tomar com relação à Hitler. É exagerado mas é bem feito, ao contrário de outro filme recente da cota britânica, O Jogo da Imitação, que exagera no melodrama numa tentativa patética de dar emoção ao filme.

Tecnicamente, o filme se destaca pelos cenários bem compostos, pelo realismo da fotografia e pelo grande número de figurantes que torna os ambientes mais humanos, especialmente do tumultuado plenário da Câmara dos Comuns. Mas fica devendo por não fazer bem suas poucas sequências externas, marcadamente usando planos fechados e computação gráfica.

Na corrida do Oscar o filme tem 6 indicações: melhor filme, ator, fotografia, design de produção,  maquiagem e figurino. É praticamente certo que leva os prêmios de ator e de maquiagem e dificilmente ganha algum outro. Mas como a votação do Oscar de melhor filme tem um sistema complexo de lista de preferência, pode acontecer de bater os favoritos Três Anúncios para um Crime e A Forma da Água

O Destino de Uma Nação é um filme feito sob medida para dar o Oscar a Gary Oldman. Ao espectador que gosta de história e política, adicionará um pouco de conhecimento sobre a figura de Churchill, para muitos o maior político do século XX. Como cinema, poderia ter caprichado um pouco mais e cortado alguns minutos para não tornar a a obra cansativa.

Nota: 6