7 de março de 2014

RoboCop

Robô de Elite

Idem, Dir: José Padilha, EUA, 2014, 117 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1234721/



Nova versão do clássico cult de 1987, RoboCop dirigido pelo brasileiro José Padilha (Tropa de Elite) muda o foco do original, trazendo o drama para o lado humano de Alex Murphy (Joel Kinnaman), o policial que estava praticamente morto e é "ressuscitado" em forma de máquina. Se no original Murphy acordava como uma máquina, e aos poucos, contra a vontade de seus criadores, ia relembrando seu passado, neste ocorre o contrário. Murphy acorda do coma e fica chocado ao se ver transformado em uma máquina, com pouquíssima coisa sobrando de seu corpo humano.                                                                                                                                                 
Também há um enfoque maior em sua relação familiar, pois no original ele se mantinha à distância de sua esposa e de seu filho, enquanto neste ele tenta restabelecer a relação como uma homem-máquina. 

A grande questão do filme, em seu enfoque político, é se é ético que robôs, e não mais pessoas, passem a tomar decisões que envolvam julgamento de valores. A ação começa mostrando robôs americanos fazendo o patrulhamento em Teerã, enquanto que um âncora de televisão de extrema direita, Pat Novak (Samuel L. Jackson), defende o uso de robôs, pois estes evitam que soldados percam suas vidas em países estrangeiros. Mas ele se esforça para disfarçar que o outro lado da moeda é que os cidadãos dos países invadidos são humilhados em abordagens e mortos se tentarem reagir. Ou seja, desde o começo Padilha já toma partido, mostrando que não há muita justiça em tal sistema.

O grande embate do filme, dá-se então, entre os defensores do uso de soldados-robô como policiais no território dos EUA, como Novak e a empresa que os fabrica, a OCP, e os contrários a tal medida, representados por um senador que defende a manutenção de uma lei que impede tal uso. RoboCop será, assim, uma tentativa da OCP de encontrar uma brecha legal, colocando um humano dentro de um robô, construído pelo Dr. Frankenstein moderno, Dennett Norton (Gary Oldman).

É Interessante a preservação de alguns dos ícones do filme original, como a forte música tema, a armadura de RoboCop e o robô ED-209.

Padilha deu seu toque ao filme, mas não deixa de ser um filme pipoca com um roteiro arrumadinho, ao contrário de superproduções burras repletas de ação e com roteiros que só servem pra ligar uma cena à outra, como Transformers e Velozes e Furiosos.

Nota: 6

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Dê o seu pitaco