27 de julho de 2015

Jurassic World

Passeio no Parque


Dir: Colin Trevorrow, EUA/China, 2015, 124min
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Terceira continuação da série iniciada por Jurassic Park, Jurassic World retorna a ilha Nublar onde se passou a ação do primeiro filme, mostrando o parque já aberto. Não é tão ruim quanto as duas continuações anteriores, mas também não traz nada de novo.

Na trama, o parque está prestes a apresentar sua nova atração, um dinossauro carnívoro criado em laboratório e maior que o tiranossauro rex, o indominus rex. No entanto, como era de se esperar, as coisas fogem de controle. Esse é o enredo.

O início do filme até parece ser contestador, ao dizer que os limites éticos na geração de um novo dino foram ignorados para agradar ao público que queria algo maior e mais emocionante. Mas o filme cai em sua própria armadilha, pois nada mais é do que uma versão com mais ação e com um dinossauro maior do que os anteriores.

Tal como no filme original, neste o protagonista (Chris Pratt) é novamente um homem rústico que preza pela vida em meio à natureza. E também estão lá dois irmãos (o mais velho, Nick Robinson, parece o clone de Sean Astin em Os Goonies), que terão de enfrentar os perigos do parque. Por fim tem a bela mocinha sem sal (Bryce Dallas Howard), a controladora e workaholic gerente do parque e tia dos meninos. Ou seja, um bando de personagens sem graça.

Algumas sequências de ação são até interessantes, como a corrida dos velociraptores pela mata. Mas nada que crie um novo padrão para efeitos visuais, como foi o Jurrasic Park. Como eu já disse e também é dito neste vídeo, a computação gráfica está tornando os realizadores de filmes preguiçosos.

Por fim, vale lembrar que o filme foi uma decepção para a comunidade científica. Ao contrário do primeiro, que criou os dinossauros baseados nos mais recentes consensos científicos (como o fato de o tiranossauro mover-se com as costas inclinadas para frente, e não eretas, como sempre era mostrado). Para atualizar, deveriam ter mostrado dinossauros com penas e plumas, como hoje se sabe que diversas espécies eram, mas o diretor, mostrando total falta de ousadia e criatividade, recusou-se a isso, preferindo ser fiel ao primeiro filme do que ser atualizado com as mais recentes evidências paleontológicas.

Como dito, Jurassic World cumpre sua profecia de ser somente uma versão maior, com mais efeitos e mais acelerada que o original, este sim um grande filme, que mexeu com a imaginação de toda uma geração.

Nota: 4

P.S.: Para assistir a uma crítica com vários pontos em comum com a minha, veja o Tiago Belotti (clique aqui).

20 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis

De Volta para o (Exterminador do) Futuro


Terminator Genisys, Dir: Alan Taylor, EUA, 2015, 126min
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O Exterminador do Futuro teve seu primeiro filme em 1984 e uma sequência mais bem sucedida que o original em 1992. Ambos os filmes se tornaram marcos da cultura pop (quem nunca falou "Hasta la vista, baby" que atire o primeiro T-800). Depois, vieram duas continuações, sendo o terceiro filme um fiasco completo e o quarto um pouco diferente por focar somente na guerra entre humanos e máquinas no futuro, não contando nem com Arnold Schwarzenegger no papel principal. Neste novo Exterminador, a estória retrocede ao primeiro filme, para mostrar uma linha do tempo alternativa.

Assim, o filme inicia-se no momento em que o Exterminador original e o protetor de Sarah Connor, Kyle Reese, são enviados a 1984. As cenas são, inclusive, reproduções quase que fiéis do primeiro filme (veja aqui). Mas tão logo as duas personagens chegam à Los Angeles do passado, suas trajetórias se alteram, com o exterminador original enfrentando sua versão mais velha e com Reese enfrentando o T-1000 e sendo resgatado por Sarah Connor.

Sim, é isso mesmo. Uma profunda alteração na linha do tempo vai ocorrer e todos os eventos dos filmes originais serão mudados. Pode até parecer confuso mas não é tão difícil assim de entender. Aliás, já no primeiro Exterminador existia o paradoxo do filho que manda seu pai de volta ao passado para concebê-lo. Ou seja, cronologias paradoxais não são  novidade na série.

O enredo é razoável, e equilibra bem cenas de ação e momentos em que a estória deve ser contada. Por mais que haja idas e vindas no tempo, como dito, não é difícil de acompanhar.  E até o envelhecimento do Exterminador é bem explicado.

As atuações variam, mas não comprometem o filme.
Schwarzenegger nunca foi um bom ator mas o Exterminador é dele e de mais ninguém. Emilia Clarke (Sarah Connor) é uma ótima atriz, muito elogiada por Game of Thrones, Jason Clarke (John Connor) é competente, e há o apoio de luxo do recém-oscarizado J.K.Simmons (O´Brien), em papel menor. O ponto negativo é Jay Courtney (Kyle Reese), ator de filmes de ação que não consegue passar emoção nenhuma, parecendo mais robô do que o Exterminador.

O Exterminador do Futuro: Gênesis segue a nova moda hollywoodiana de fazer reboots (voltar no tempo com uma série de cinema para contar uma nova estória), o que já foi feito com Star Trek e Homem-Aranha. Essa moda revela a falta de novas ideias e de ousadia dos grandes estúdios. Não vou questionar o fato de que o objetivo final deles é o de buscar lucros milionários, mas parece que agora só fazem investimentos conservadores, e dá-lhes sequências, prequels (os antecedentes de uma estória já contada) e spin-offs (aprofundar em um detalhe de uma obra já mostrada, como contar a estória de um personagem secundário). 

E o público aplaude isso, gostando de reviver suas emoções passadas nas telas, chorando sempre a mesma lágrima, diagnóstico que Lima Duarte fez há quase dez anos sobre as novelas da Globo. Neste ano teremos um novo Star Wars, e, por mais que eu espere ansiosamente pelo filme, receio que simplesmente façam um roteiro que seja somente uma cópia atualizada da trilogia original, feito com base na nostalgia das personagens clássicas e da trilha sonora do John Williams, sem nada a acrescentar (clique aqui para ver que até o Hitler do meme ficou preocupado com o trailer).

Mas, retornando ao filme, O Exterminador do Futuro: Gênesis, em um cenário de filmes de estúdio ruins, como a série Velozes e Furiosos, é até um filme de ação/ficção-científica razoável para quem ignorar sua falta de originalidade.

Nota: 5

13 de julho de 2015

Minions

Os Três Patetas Amarelos


Dir: Kyle Balda/Pierre Coffin, EUA, 2015, 91min
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Famosos e cultuados após suas aparições nos dois episódios de Meu Malvado Favorito, os ajudantes do vilão Gru retornam em aventura solo em Minions.

Na trama é mostrada a origem dos pequenos seres amarelos desde os primórdios, inserindo-os na evolução das espécies. Seu propósito: servir ao vilão mais malvado do mundo. Assim eles iniciam sendo servos de um tiranossauro rex, passam a servos do Faraó, de Drácula e de Napoleão. Mas, por serem muito atrapalhados, sempre matam seus mestres. Sem mestre ficam deprimidos e isolados do mundo. É quando os três minions principais, Kevin, Stuart e Bob, saem em uma jornada pelo mundo em busca de um novo mestre (quem não gosta de spoilers não precisa se preocupar, essa é só a introdução do filme).

Eis então que esse trio de desbravadores chega a Nova York em 1968, em plena era do rock n´roll e da contracultura. E a partir daí seguirão sua jornada que os levará à Flórida e à "swinging London", onde até a rainha da Inglaterra tomará parte na estória.

Já faz um bom tempo que os roteiros das animações voltadas para as crianças demonstram a preocupação em agradar aos adultos que veem os filmes com elas. Em Minions isso é acentuado, pois há pequenas piadas que os pequenos não vão entender por falta de referências culturais, como quando os minions saem por um bueiro em Abbey Road enquanto quatro rapazes estão cruzando a faixa de pedestres.

A qualidade da animação também surpreende. Excetuando as personagens bastante estilizadas, como não poderia deixar de ser, em diversas cenas o cenário parece real, com todos os elementos bem cuidados, incluindo sombras e diferenças de luminosidade. O apuro estético merece aplausos.

E, é claro, os minions são muito engraçados com suas trapalhadas e com seu idioma confuso, que faz lembrar a lendária primeira vez que Carlitos emitiu som no cinema, em Tempos Modernos, cantando em um idioma inexistente (clique aqui para ver).

Minions é um bom filme, que vai agradar tanto crianças quanto adultos, mesmo aqueles que queiram assistir ao filme sem companhias infantis.

Nota: 8

7 de julho de 2015

Um Conto Chinês

Vacas me caiam


Un Cuento Chino, Dir: Sebastián Borensztein, Argentina/Espanha, 2011, 93min
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Certas estórias bizarras são tão, mas tão inverossímeis, que só podem ter acontecido de verdade. É dessa premissa que parte Um Conto Chinês, filme argentino em que na cena de abertura uma vaca cai do céu sobre uma moça chinesa em um barco no momento em que seu namorado iria pedi-la em casamento. Acreditem ou não, fato semelhante já ocorreu, deixando à deriva alguns homens em um barco pesqueiro japonês (leia a notícia aqui). Magnólia, de Paul Thomas Anderson, é outro filme que trata de coincidências improváveis.

Após essa curta abertura, o filme vai para o outro lado do mundo, mais precisamente a Buenos Aires, onde o amargo dono de uma pequena loja de ferragens, Roberto (o onipresente Ricardo Darín), leva uma vida simples, reclusa e metódica, evitando o máximo possível de contato com outras pessoas. 

Passada a apresentação do protagonista, eis que surge em sua vida o chinês cuja namorada foi assassinada por uma vaca, após ser atirado para fora de um táxi, completamente perdido, cuja única pista sobre seu destino é uma tatuagem com o endereço para onde deve ir.

Desse encontro entre homens de culturas tão diferentes e que não compreendem uma só palavra do que o outro diz se desenvolverá o enredo do filme, baseado na dificuldade de comunicação e na interação entre tais personagens.

É incrível como os cineastas argentinos consigam contar tão bem estórias de pessoas ordinárias. Já fiz tal observação ao tratar de Medianeras. Todas as peças estão bem encaixadas: a fotografia, as atuações, os diálogos, a edição e a direção, provando que ninguém precisa de uma superprodução para fazer um bom filme.

E, como não poderia deixar de ser, o espectador fica preso a esse improvável encontro causado por uma vaca que caiu do céu.

Nota: 8

29 de junho de 2015

Corações de Ferro

Vida no Tanque


Fury, Dir: David Ayer, EUA/China /Reino Unido, 2014, 134min
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Corações de Ferro é mais um filme que trata de um tema recorrente no cinema americano, a II Guerra Mundial. Alguns filmes sobre o confronto são memoráveis, como O Resgate do Soldado Ryan; outros são um completo desastre, como Pearl Harbor (aliás, não é só um filme de guerra ruim, é um dos piores filmes de todos os tempos em qualquer gênero). Corações de Ferro fica num meio termo.

A estória traz um tema pouco explorado no cinema, os últimos dias da II Guerra Mundial, com as tropas americanas lutando em território alemão. A derrota alemã já é uma realidade inevitável, mas os nazistas insistem em lutar até o último homem. Brad Pitt é o Sargento Don Collier, comandante de um tanque de guerra, com quatro homens sob seu comando. Logo no início, um novo membro é designado para a tripulação de homens rudes, o recruta datilógrafo Norman (Logan Lerman) que servirá como contraponto a estes guerreiros.

Um dos pontos altos do filme é a fotografia, que se destaca desde a primeira cena, alternando momentos de tensão com cores fortes com cenas de rotina com cores esmaecidas. No entanto, os tiros no filme parecem muitos os tiros de Star Wars, parecendo feixes de lazer coloridos trocados entre americanos e alemães. Pode tornar mais didático e simples para o espectador entender quem atira em quem e onde o tiro acerta e tem até um efeito artístico interessante, mas, por outro lado, reduz o realismo.

Outro ponto interessante é mostrar a rotina de uma tanque, mostrando como era travada uma batalha motorizada, como estes veículos se posicionavam no campo de batalha e como a tripulação lutava em um ambiente escuro e apertado. Ainda destacando os pontos positivos, os atores são bons e conseguem inserir alguns dramas em suas personagens.

Mas o ponto fraco é o roteiro que se perde no decorrer do filme, escrito por David Ayer (conhecido pelo bom Dia de Treinamento), que também dirige o filme. No começo parecia promissor, um filme que questionava os heroísmos e mostrava que não há homem que cumpra seu dever sem sofrer. Mas já na metade cai numa falta de ideias que culmina em seu final heroico forçado, do sacrifício pela pátria, inserindo o filme em uma série imensas de filmes clichês do cinema americano. O mencionado O Resgate do Soldado Ryan também tem desses clichês, mas a batalha a que se propõe o capitão de Tom Hanks é difícil, mas possível, ao contrário da que quer o sargento de Brad Pitt.

Assim, o filme tem um tema interessante a tratar, boa direção, bons atores, mas um roteiro sem força, que se perde, fatores que somados tornam o filme mediano.

Nota: 5

22 de junho de 2015

Clube dos Cinco

Adolescência anos 80


The Breakfast Club, Dir: John Hughes, EUA, 1985, 97min
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Recentemente saiu na Folha de SP resenha da biografia de John Hughes (clique aqui para ler a matéria) diretor que tem como marca vários filmes dos anos 80 envolvendo adolescentes. O mais conhecido no Brasil é certamente Curtindo a Vida Adoidado. Clube dos Cinco é outro de seus filmes com status de cult.

No filme encontramos as clássicas personagens de colégio americanos, o nerd, a rainha do baile, o atleta, o marginal e a menina problemática isolada. Todos eles se juntam em uma manhã de sábado para cumprir a chamada detenção, punição padrão da educação dos EUA. Como esperado, essas personagens tão diferentes, que sequer se cumprimentariam no dia a dia, descobrem semelhanças em meio a esse convívio forçado.

A estória então caminha num lento processo de desconstrução dos estereótipos em que os garotos se inserem, como mostrar que o atleta não assedia os mais fracos somente por uma perversão secreta, mas que há uma pressão social para que tal comportamento seja demonstrado. E muitas discussões profundas acerca da busca da identidade, característica marcante da adolescência que acompanha as pessoas ao longo de suas vidas.

O estilo do filme é um aula de estética dos anos 80, especialmente nas roupas dos adolescentes. A trilha sonora de rocks oitentistas segue na mesma linha, com músicas de ritmo agitado e com muitos teclados, com destaque para a música que abre e fecha o filme, Don´t You (Forget About Me), do Simple Minds (clique aqui para ver o clipe).

De negativo, o final do filme que parece ser feito de forma apressada e previsível. Mas o saldo final é bastante positivo, e Clube dos Cinco merece ser tratado com um símbolo dos anos 80.

Nota: 8

4 de maio de 2015

Ida

Fantasmas do Passado


Idem, Dir: Pawel Pawlikowski, Polônia/Dinamarca/França/Reino Unido, 82min
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Vencedor do Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira de 2015, Ida traz a história da personagem-título, a noviça Anna, que pouco antes de jurar seus votos de freira descobre seu verdadeiro nome e que seus pais eram judeus que a entregaram ao convento antes de serem mortos durante a 2ª Guerra Mundial.

A estória começa mostrando a monótona rotina de Ida no convento. Logo após receber a notícia sobre o destino de seus pais, parte com sua tia em busca do esclarecimento do passado. O conflito entre essas duas personagens guiará todo o filme. Ida, como noviça, segue todos os preceitos religiosos, enquanto sua tia Wanda é seu extremo oposto, uma mulher forte e que gosta de desfrutar dos prazeres mundanos como cigarros, bebidas, festas e homens.

As personagens conflitantes são interessantes e as duas atrizes, a jovem Agata Trzebuchowska e a veterana Agata Kulesza estão excelentes em seus papéis. A fotografia em preto e branco fortemente contrastada e a alternância de planos abertos e closes é muito bem feita. E as emoções contidas das personagens são muito bem retratadas. No entanto, a estória deixa a desejar, pois não há grandes surpresas no enredo além do que já foi contado na sinopse.

Ida é um bom filme, muito bem conduzido, mas no qual parece que a embalagem é mais interessante que o conteúdo.

 Nota: 7

27 de abril de 2015

Vingadores - Era de Ultron

Heróis vs Máquina

Avengers: Age of Ultron, Dir. Joss Whedon, EUA, 2015, 141 min
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Aqueles que me acompanham com frequência talvez já notaram que não escrevo muito sobre filmes de heróis por aqui, gosto mais de tratar de filmes "alternativos", que eu prefiro chamar de autorais. Mas isso não quer dizer que eu não curta ver uns filmes-pipoca de vez em quando, exceto por bobeiras como Velozes e Furiosos 7.

Na trama, Ultron é a primeira inteligência artificial superior ao homem criada por Tony Stark (Homem de Ferro) e Bruce Banner (Hulk). Assim que toma consciência, Ultron percebe que para cumprir seu propósito de salvar o planeta tem que exterminar os Vingadores e subjugar a raça humana. A inclusão da inteligência artificial como vilão é um bom recurso, tendo em vista que muitos cientistas sérios, como Stephen Hawking, apontam essa nova tecnologia como um grave risco de extinção da humanidade.

No entanto, o filme comete uma falha ao querer corporizar Ultron. Mesmo ele estando espalhado por vários corpos, a destruição destes ainda assim não o venceria, pois bastaria que ele espalhasse cópias de seu programa por computadores de todo o mundo que nenhum ser humano (ou super-herói) seria capaz de detê-lo. Mas entendo a decisão do roteiro de querer dar uma cara ao vilão, pois colocar os poderosos Vingadores para enfrentar um software não teria muito sentido, melhor seria colocar um programador nerd atrás de um desktop. Para quem quiser aprender mais sobre inteligência artificial (e tiver disposição para ler um longo texto) clique aqui para ler este excelente artigo do blog Wait But Why. O filme Ela também é bastante realista na forma de abordar nosso relacionamento com a inteligência artificial do futuro.

Eu tenho opiniões variadas sobre os filmes do universo Marvel. Gostei de alguns (especialmente Capitão América 2- O Soldado Invernal), mas não gostei de muitos outros. Achei Os Vingadores um filme bem ruim, que parecia só uma junção de heróis na qual se esqueceram de um roteiro minimamente decente para acompanhar os efeitos especiais exagerados. Fiquei cochilando nas duas vezes que vi, de tão cansativo que são os diálogos e de tão longas que são as cenas de ação. Mas reconheço que Vingadores - A Era de Ultron corrigiu os defeitos do filme anterior.

Primeiro por fazer os efeitos visuais serem acessórios ao roteiro, que é a base de qualquer filme e representa 50% da qualidade de uma produção, como já disse Clint Eastwood. Neste novo filme lembraram-se de contar as histórias de seus personagens. Até mesmo o menos importante, o Gavião-Arqueiro, ganhou um grande destaque. E também dosaram bem a ação com a parte em que a história é contada. E não deixaram de fora as pitadas de bom humor que caracterizam os filmes Marvel.

Um bom roteiro também ajuda a dar destaque as atuações. Claro que neste tipo de filme essas não são o destaque, e nenhum dos atores vai ganhar qualquer prêmio relevante por elas. Mas nesta produção o talento de Scarlett Johansson, Mark Ruffalo e companhia foi mais bem aproveitado. Exceção é Robert Downey Jr, que aparenta ter atuado em piloto automático, talvez cansado por representar o Homem de Ferro pela quinta vez.

A direção abusa menos da ação que no filme anterior. Claro que em um filme desses não pode faltar cenas eletrizantes, mas há diversas formas de fazê-lo. Quando há um excesso de informação o espectador fica perdido em meio a tantas coisas acontecendo simultaneamente. Com poucas exceções, neste filme dá pra acompanhar bem tudo que acontece, seguindo a bem sucedida fórmula de Capitão América 2.

Vingadores - Era de Ultron é um excelente filme-pipoca, e que faz os que gostaram dele, ainda que não sejam fãs de quadrinhos, esperando pela sequência da história daqui um ano com Capitão América 3: A Guerra Civil, quando os super-heróis tomarão lados opostos, um liderado pelo Capitão América e outro pelo Homem de Ferro.

Nota: 8

20 de abril de 2015

Feitiço do Tempo

Déjà Vu


Groundhog Day, Dir. Harold Ramis, EUA, 1993, 101 min
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Comédias românticas tendem a ser o estilo de filme mais detestado por homens em geral e este pitaqueiro concorda com isso. Mas Feitiço do Tempo é uma honrosa exceção em meio ao monte de baboseiras sem graça que a Sandra Bullock e o Ryan Reynolds adoram fazer.

No filme, Phil Connors (Bill Murray) é um prepotente homem do tempo de uma pequena emissora de TV que é escalado pela terceira vez para cobrir o enfadonho Dia da Marmota, um evento em uma cidadezinha interiorana no qual dizem que o bicho pode prever se o inverno será mais curto.

Como previsto, Phil tem um dia horrível, e sequer consegue sair do lugar que tanto abomina em razão de uma nevasca. E no dia seguinte acorda e percebe que o dia anterior retornou, e com o tempo, que ele ficará preso neste dia por muito tempo.

Dessa repetição eterna emerge o humor do filme. Phil passa a reviver as pequenas situações do cotidiano indefinidamente. E sabendo do roteiro, passa a fazer modificações. O protagonista passa por diversas fases. Primeiro vive um luto em saber que jamais deixará de viver aquele dia. Depois tenta de diversas formas se matar, o que é um dos momentos mais hilários do filme. Depois aceita seu destino e começa a viver sem limites, comendo, bebendo, fumando, etc. E na última fase começa a praticar boas ações, e fazer um esforço sem fim para conquistar sua produtora, Rita (Andie MacDowell).

As diversas repetições são as melhores tiradas do filme. Em uma cena Phil zomba de Rita por ela ter estudado literatura francesa na faculdade. Logo na sequência a mesma cena é mostrada com Phil recitando poesia francesa. Outros momentos memoráveis são o encontro de Phil com seu velho colega mala de escola, Ned. Prévias destas cenas estão no trailer, clique aqui para ver).

Bill Murray é um excelente ator de comédia. Seu humor ácido e cínico funciona especialmente bem para a personagem central. E Andie MacDowell complementa bem o elenco, fazendo o casal principal ter a química necessária.

O melhor aspecto técnico do filme é a edição, que mostra as repetições de forma ágil, contribuindo para o humor da trama. A direção é de Harold Ramis, morto recentemente, conhecido por ter dirigido e atuado em Os Caça Fantasmas.

Feitiço do Tempo é um filme divertidíssimo e é a prova de que comédias românticas não precisam ser sempre a mesma estorinha boba e previsível que mal conseguem fazer rir.

Nota: 8

6 de abril de 2015

Operação Sombra - Jack Ryan

Espião por Acidente

Jack Ryan: Shadow Recruit, Dir. Kenneth Branagh, EUA/Rússia, 2014, 105 min
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Jack Ryan, cria do escritor Tom Clancy,  já é uma personagem veterana em filmes de espionagem. Sua carreira começou com o bom A Caçada ao Outubro Vermelho, no qual Alec Baldwin dava vida à personagem. Depois Harrison Ford assumiu o papel por dois filmes, Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato, e na sua última aventura, A Soma de Todos os Medos, foi a vez de Ben Affleck interpretar o protagonista. Agora a série retorna ao ponto zero com Chris Pine (o Capitão Kirk dos novos filmes de Star Trek).

Nesta nova aventura é mostrada a origem de Ryan, um estudante de economia que decide se alistar nos Fuzileiros Navais dos EUA após o 11 de setembro e é ferido no Afeganistão, sendo posteriormente recrutado como analista da CIA e designado para trabalhar sob cobertura junto ao setor financeiro em Wall Street. Em seu trabalho, Jack descobre estranhas transações financeiras da empresa russa sócia da firma na qual trabalha. Aí vai a Moscou onde irá ver mais de perto o que acontece. E, como sempre, Ryan é o analista que da noite pro dia tem que se transformar em um agente operacional em missões de alto risco.

A trama é até interessante, na qual há um plano de ataque terrorista a Wall Street seguido por um plano financeiro para causar uma derrubada do valor do dólar, levando os EUA a uma nova Grande Depressão. Mas a estória não é bem conduzida.

Primeiro pelo roteiro. As formas mirabolantes para conseguir invadir o prédio do vilão e acessar seus planos são tão exageradas que até a invasão da CIA em Missão Impossível parece mais factível. O destaque dado ao relacionamento afetivo de Ryan com sua namorada também toma tempo demais. E a inclusão dela, uma pessoa completamente leiga, em uma missão de alto risco, também ofende a inteligência do espectador.

O elenco também não ajuda. Chris Pine é inexpressivo e não convence como Ryan. O vilão, Kenneth Branagh (também diretor do filme), não é mais do que um estereótipo de russo ressentido que quer ver restaurada a grandeza de seu país. Kevin Costner não compromete como chefe de Ryan e Keira Knightley até vai bem como a namorada de Ryan, mas, como já dito, sua personagem seria desnecessária.

A fotografia é até interessante, com belas cenas de Moscou. As cenas de ação são bem coreografadas e não são exageradamente longas. Mas não há direção que resolva um roteiro tão falho e um protagonista que não convence.

O renascimento de Jack Ryan nas telas, assim, não mostra a que veio. Aos fãs de filmes de espionagem, certamente é melhor esperar a aguardada estreia de Spectre a nova aventura de 007.

Nota: 4

16 de março de 2015

O Poderoso Chefão

Família êh, família ah, família!

The Godfather, Dir. Francis Ford Coppola, EUA, 1972, 175 min
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Filme que costuma figurar entre os primeiros em 99 de 100 listas dos melhores de todos os tempos, liderando em diversas delas, O Poderoso Chefão retrata a saga da família Corleone (na tradução, coração de leão). Nesta primeira parte é apresentado o envelhecido patriarca Vito (Marlon Brando) buscando manter seu poder em meio a concorrência com as outras 4 famílias mafiosas sicilianas, enquanto prepara sua sucessão que deveria passar a seu filho mais velho, Santino (James Caan), enquanto sonha que seu caçula e filho preferido, Michael (Al Pacino), torne-se um homem de prestígio.

A sequência de abertura do filme é majestosa (clique aqui para vê-la). A primeira frase do filme é "Eu acredito na América", dita por um imigrante italiano, enquanto seu rosto é mostrado em um plano bem fechado. A partir daí ele narra o trágico episódio ocorrido com sua filha, enquanto o plano vai se abrindo e mostrando o ombro do homem com quem ele fala, que é o Padrinho Vito Corleone, a quem o imigrante foi clamar por justiça. Em poucas frases se mostra o poder do "Don", cuja primeira fala é "Por que foi a polícia? Porque não veio a mim primeiro?", que sintetiza todo seu poder.

Apesar do Don ser a figura central, o protagonista da estória é Michael. Ele é quem mostra a trágica trajetória de um homem que quis fugir do destino criminosos de sua família, cujos métodos abominava, mas que no final consegue se tornar ainda pior do que tudo que rejeitava. Sua lenta mudança ao longo do filme é espetacular e nos faz ver o quanto às circunstâncias podem mudar o caráter de um homem bom.

Marlon Brando foi merecidamente contemplado com o Oscar de Melhor Ator pelo trabalho. No entanto, ao contrário do que foi feito, ele deveria ter sido indicado como coadjuvante e Al Pacino como protagonista. Certamente não o fizeram pelo prestígio de Brando frente a um novato à época como Pacino. De qualquer forma, prova das atuações fenomenais é o fato de quatro atores do filme foram indicados ao prêmio, três na categoria de coadjuvante (Al Pacino, James Caan e Robert Duvall).

O mais estranho foi a fantástica atuação de Pacino não ter levado o prêmio de coadjuvante de 1973, prêmio que ficou para Joel Grey (quem?). Por isso, como costumam fazer na Academia, após diversas derrotas deram o prêmio a ele em 1993 por Perfume de Mulher, atuação inferior a dos dois primeiros O Poderoso Chefão, e também inferior a de seus concorrentes daquele ano, como Clint Eastwood (Os Imperdoáveis) e Robert Downey Jr. (Chaplin).

O Poderoso Chefão é um filme praticamente sem defeitos. O enredo, os diálogos, as atuações, a fotografia, a edição e a direção funcionam extremamente bem. E, o mais importante de tudo, a estória prende o espectador desde o início, que quer conhecer de perto o mundo secreto da Máfia e viver a intimidade da família Corleone.

E, caso raríssimo, uma obra-prima desta envergadura teve uma continuação tão boa quanto o original dois anos depois em O Poderoso Chefão II, obra na qual a consolidação do poder de Michael é narrada em paralelo com a trajetória de chegada nos EUA e ascensão ao poder de seu pai, Vito (vivido na juventude por Robert DeNiro).

Depois de quase vinte anos veio O Poderoso Chefão III, que é um bom filme, mas que fica distante dos dois primeiros. O diretor Francis Ford Coppola assumidamente fez o filme para resolver dívidas pessoais e não ficou satisfeito com o resultado final. E escalou sua filha, Sofia Coppola, que teve péssima interpretação, devidamente contemplada com duas Framboesas de Ouro (pior atriz coadjuvante e pior nova estrela). Pelo menos ela aprendeu a lição e migrou para trás das câmeras, se tornando uma ótima diretora.

Quem gosta de cinema não pode deixar de assistir a essa grande obra, a melhor saga familiar da história do cinema, e justamente apontado por muitos como o melhor filme de todos os tempos.

Nota: 10

9 de março de 2015

A Fotografia Oculta de Vivian Maier

Uma mulher misteriosa


Finding Vivian Maier, Dir: John Maloof/Charlie Siskel, EUA, 2013, 83 min
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Filme indicado ao Oscar 2015 e primeiro documentário pitacado neste blog, A Fotografia Oculta de Vivian Maier nos apresenta a intrigante personagem do título, fotógrafa e babá. Como assim? Pois bem, é essa pergunta que o filme busca responder.

Sem querer contar toda a estória (eu nem conseguiria, por mais que haja spoilers aqui o filme revela muito mais detalhes da vida da personagem título), o trabalho de Vivian Maier só foi visto após ela morrer em total anonimato em 2009, quando um cara que havia comprado em um leilão negativos de filmes dela os publicou na internet alcançando imenso sucesso. 

Com isso, ele buscou mais peças de Vivian Maier em outros leilões e conseguiu a imensa quantia de mais de 100 mil fotos, a maioria nem sequer revelada, e alguns filmes, feitos a partir de 1950. Junto aos negativos, havia vários outros itens, como peças de roupas, cartas, jornais e até recibos de compras (Maier era uma acumuladora compulsiva). Essas pequenas peças permitiram que ele começasse a seguir seus rastros e, surpreendentemente, descobriu que a talentosa fotógrafa era na verdade uma modesta babá. Esse cara que reconstitui a história de Maier e permitiu que o mundo conhecesse seu trabalho é também codiretor e apresentador do documentário, John Maloof.

Só esse mistério já basta para despertar curiosidade. Mas, claro, tal estória não seria interessante de ser contada se as fotos não fossem excepcionais. E elas são! Com poucos minutos do filme as imagens de Maier começam a ser mostradas na tela e certamente deixarão os observadores de queixo caído. São fotos surpreendentes, feitas sobretudo em situações do cotidiano (street photography), com uma qualidade artística única, com ótimo enquadramento, focagem e momento certo de disparo, que poucos fotógrafos renomados conseguiram. Acesse o site com as fotos clicando neste link: http://www.vivianmaier.com/

As exposições de seu trabalho foram absoluto sucesso de público e de crítica. Certos especialistas em fotografia conseguem ver em seu trabalho semelhanças com os de grandes mestres da arte, como o mais renomado de todos os fotógrafos, Henri Cartier-Bresson.

Para aumentar o interesse na estória, Vivian Maier era uma mulher extremamente reservada e misteriosa. Das pessoas que a conheceram e que foram entrevistadas no filme nenhuma sabia sequer a nacionalidade de Vivian, que, apesar de nova-iorquina, falava com sotaque francês. E, por vezes, alguns entrevistados dizem algo que outro entrevistado diz exatamente o oposto, como uma das pessoas das quais ela cuidou quando criança que diz que a chamava de Viv, e outra que diz que ela exigia ser chamada de Miss Maier. A mulher era uma esfinge.


A Fotografia Oculta de Vivian Maier é um bom documentário, que revela o trabalho de uma grande artista desconhecida. E nos faz pensar em quantos artistas anônimos não morrem com grandes trabalhos que nunca serão conhecidos abandonados em caixas, gavetas ou HDs.

Nota: 7



2 de março de 2015

O Circo

Respeitável Público


The Circus, Dir: Charles Chaplin, EUA, 1928, 71 min
IMDB: clique aqui
Trailer: clique aqui


Analisarei um filme de um dos maiores gênios da história do cinema: o imortal Charles Chaplin. Chaplin, de fato é um mito, o que pode fazer muitas pessoas já irem assisti-lo com uma certa reverência. Mas no caso, a mística é justificada, pois seus filmes, que foram feitos há quase 100 anos, ainda se mostram atuais, tendo em vista sua universalidade e sua atemporalidade. Além disso, seus múltiplos talentos faziam com que ele conduzisse totalmente seus filmes, escrevendo a estória, dirigindo, atuando, produzindo e até mesmo compondo as trilhas sonoras. Na atualidade, creio que somente Woody Allen chega perto deste controle criativo.

O Circo, apresenta a clássica personagem de Chaplin, Carlitos (ou O Vagabundo), conseguindo emprego no picadeiro após fugir de uma confusão com a polícia. No ambiente também se apaixona pela bela acrobata e filha do dono do circo.

Como é costume nas comédias de Chaplin, a questão social está envolvida no sempre pobre e faminto Carlitos. Após a injusta perseguição policial, Carlitos surge acidentalmente no palco e causa furor na plateia que até então estava entediada. A partir daí é contratado como ajudante de palco e torna-se a principal atração do local. Mas ingênuo como é Carlitos, não percebe seu papel, pois, em razão das trapalhadas que sempre causa, seu humor é involuntário, e recebe um salário de fome.

Claro que se o filme se prendesse somente na questão social seria bem chato (e Chaplin já teria sido esquecido). Mas há sempre muito humor, de ótima qualidade. As piadas físicas de Carlitos são universais e atemporais, tanto que até hoje Chaplin é modelo para diversos humoristas, como Rowan "Mr. Bean" Atkinson e o recém falecido Roberto "Cháves" Bolanos. Para ver um prévia, assista ao trailer (clique aqui).

Tecnicamente o filme também causa espanto até hoje. Chaplin contracena com um leão dentro da jaula. E realizou, sem dublês, cenas sobre a corda bamba a metros de altura do chão. Como Chaplin não revelava suas técnicas por entender que seria o mesmo que um mágico revelar seus truques, parte de seu arsenal cinematografico ainda permanece um mistério.

Um belo filme, de um dos maiores gênio dos cinema, que foi prenúncio de suas obras primas da parte final de sua carreira, as obras primas Luzes da Cidade, Tempos Modernos, O Grande Ditador e Luzes da Ribalta.

Nota: 9

22 de fevereiro de 2015

Oscar 2015


And the Oscar goes to...

Todos os indicados no IMDB: clique aqui
Jogo de apostas no site do Oscar: clique aqui


Assim como em 2014, após a análise de cada um dos filmes indicados (caso queira ver algum, procure na barra ao lado direito, ou clique sobre seus nomes na lista de preferências), vamos às apostas de com quem ficarão os prêmios.

Em todas as categorias analisadas irei indicar quem acho que será premiado, para quem eu votaria se fosse membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e uma breve análise. 

No ano passado vimos uma disputa muito previsível, tanto que acertei quase todos os vencedores, e não que eu tenha algum poder de adivinhação, mas porque tava fácil mesmo. Esse ano, várias disputas prometem ser emocionantes, sendo a principal entre os dois peso-pesados, Boyhood e Birdman, dois filmes que são melhores que quaisquer um dos indicados nos últimos 15 anos. 

As principais categorias estão analisadas abaixo:



Melhor filme

Vencedor: Boyhood
Meu voto: Birdman

O mais provável é que a briga fique entre Boyhood e Birdman, os dois grandes filmes do século XXI. Fico até pensando numa cena imaginária na qual os diretores assistem aos filmes juntos e um diz ao outro, "Pô, cara, faz o seguinte, eu lanço o meu esse ano e você no ano que vem. Aí a gente não compete e vamos ganhar tudo!"

Boyhood, por ser um filme mais conservador no enredo, deve agradar mais ao eleitorado da Academia do que o maluco Birdman (que venceu ontem na competição mais descolada do Independent Spirits Award). 

Além desses dois gigantes, os demais concorrentes são bons filmes, exceção feita aos dois últimos da lista, fazendo dessa a melhor disputa em anos.

Mas não me surpreenderá se der um grande zebra: Sniper Americano, com sua patriotada belicista, pode convencer o eleitorado majoritariamente americano da Academia e ser a grande surpresa da noite. 

Como essa é a categoria mais esperada, farei um ranking das minhas preferências:

1. Birdman
2. Boyhood
3. Whiplash
4. O Grande Hotel Budapeste
5. Selma
6. Teoria de Tudo
7. Sniper Americano
8. O Jogo da imitação


Melhor diretor

Vencedor: Alejandro González Iñárritu (Birdman)
Meu voto: Alejandro González Iñárritu

Muitos dizem que é provável que Boyhood vença por direção e Birdman como melhor filme, o que ocorreu na última noite no Spirits, ou vice versa.  Richard Linklater (Boyhood) tem chances e méritos por seus filmes. Mas pela complexidade técnica de Birdman, Iñárritu deve levar o prêmio.


Melhor ator

Vencedor: Eddie Redmayne (A Teoria de Tudo)
Meu voto: Michael Keaton (Birdman)


Redmayne impressiona como Stephen Hawking e merece o prêmio.  Mas Keaton mostrou uma redenção incrível em um filme que ele conduz e na qual tem de mostrar diversas facetas.


Melhor atriz

Vencedor: Julianne Moore (Para Sempre Alice)
Meu voto: sem voto



Não posso dar pitaco aqui, das concorrentes só vi Felicity Jones, que trabalha bem em A Teoria de Tudo. As previsões apontam vitória fácil de Moore, que é uma grande atriz e está na sua 5ª indicação ao prêmio.


Melhor ator coadjuvante

Vencedor: J. K. Simmons (Whiplash)
Meu voto: Edward Norton (Birdman)

Disputa difícil entre esses dois. Aliás, não vi todos os trabalhos que concorrem mas gosto de todos os atores indicados. Simmons fez um ótimo trabalho, mas votaria em Norton pelo conjunto da obra.


Melhor atriz coadjuvante

Vencedor: Patricia Arquette (Boyhood)
Meu voto: 
Patricia Arquette

Arquette deve levar, por conta de sua ótima atuação em diversas fases da vida da mãe de Boyhood. Emma Stone também fez um belo trabalho em Birdman. Na categoria, acho que Naomi Watts, também de Birdman, deveria ter ficado com a indicação de Keira Knightley (O Jogo da Imitação).


Melhor roteiro original

Vencedor: Birdman
Meu voto: Birdman


Birdman tem um roteiro espetacular, que ao mesmo tempo une ritmo, bons diálogos, humor, reflexão sobre a contemporaneidade e sobre a condição humana envolvida por realismo mágico. Boyhood tem o mérito de ter sido escrito ao longo do tempo, tendo de ser flexível para a estória se adaptar a evolução do mundo.


Melhor roteiro adaptado

Vencedor: A Teoria de Tudo
Meu voto:
Whiplash

A emocionante e bem contada história de Stephen Hawking deve convencer os votantes. Mas Whiplash tem mais pegada e surpresas do roteiro. É um filme no qual há uma cena que parece que vai encerrar o filme. Mas ele continua e encerra de forma ainda melhor. Mas também não será surpresa se Sniper Americano levar, em razão de algum fervor patriótico da Academia.


Melhor fotografia

Vencedor: Birdman
Meu voto: Birdman

A fotografia ajuda a contar a estória em Birdman, além de envolver a complexidade técnica do plano sequência. O Grande Hotel Budapeste tem seus méritos, mas os filmes de Wes Anderson tem sempre o mesmo visual inconfundível, então é um pouco de mais do mesmo, mesmo sendo muito bem feito.


Melhor figurino

Vencedor: O Grande Hotel Budapeste
Meu voto:
O Grande Hotel Budapeste

Os figurinos fazem parte das narrativas de Wes Anderson, e o prêmio é quase certo.


Melhor maquiagem

Vencedor: Foxcatcher
Meu voto: Foxcatcher



Não vi o filme, mas Steven Carrell está irreconhecível.  Também merece destaque O Grande Hotel Budapeste, no qual Tilda Swinton também está irreconhecível, mas que fica em tela por pouco tempo.

 

Melhor direção de arte

Vencedor: O Grande Hotel Budapeste
Meu voto: 
O Grande Hotel Budapeste

Os cenários grandiosos, figurinos elaborados e detalhes caprichosos, comuns nas produções de Anderson, deve levar.


Melhor filme estrangeiro

Vencedor: não sei
Meu voto: não vi nenhum


Infelizmente, não tive tempo para ver os estrangeiros, que muitas vezes são superiores aos concorrentes ao prêmio principal.


É isso. Cerimônia do Oscar hoje à noite, ao vivo, na TNT e na Globo.

Deixem seus pitacos e deem seus palpites.

Boyhood: Da Infância à Juventude


A Arte Imita a Vida

Boyhood, Dir: Richard Linklater, EUA, 2014, 165min
IMDB: clique aquiTrailer legendado: clique aqui


Um dos favoritos na corrida ao Oscar de melhor filme, Boyhood, recebeu ainda outras 5 indicações: diretor, ator coadjuvante (Ethan Hawke), atriz coadjuvante (Patricia Arquette), roteiro original e edição. Tal como Birdman, se ganhar todos os prêmios, o fará com méritos.

O filme realizou uma proeza única na história do cinema por ser rodado durante 12 anos, retratando o amadurecimento de Mason Jr., sempre representado por Ellar Coltrane. Ele é o protagonista, mas outros três atores também estiveram envoltos no processo de filmagens, os dois mencionados que disputam o prêmio e Lorelei Linklater, filha do diretor.

Sou grande fã do diretor, Richard Linklater. Adoro a trilogia do Antes (Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-Sol e Antes da Meia Noite) com seus grandes e longos diálogos sobre a vida. Aqui ele usa parte dos recursos já usados nos outros, e, exceto pelo primeiro filme da trilogia, os demais ele rodou durante as filmagens de Boyhood.

O filme inicia-se no longínquo 2002, época em que os celulares ainda serviam somente para fazer ligações. Mason Jr. e sua irmã Samantha reencontram seu pai, um cara um tanto perdido na vida mas muito afetuoso, que havia passado mais de um ano distante deles. Enquanto isso, sua mãe, Olivia, está tentando se qualificar para dar maior conforto a seus filhos, enquanto busca arrumar um companheiro para suprir a função de pai na família.

A partir daí se desenvolve a estória. Uma estória ordinária, que poderia ser vivida por qualquer um. Mason vai pra escola, muda de cidade, sua mãe e seu pai arrumam novos companheiros, e a vida vai seguindo, em meio a muitos conselhos que lhe dão. E muitos questionamentos vão surgindo em cada nova fase. Como ocorre em nossas vidas ordinárias, por mais que nos achemos especiais.

Por mais simples que possa parecer a estória, no final estamos nos sentindo parte da família. Sofremos junto com as personagens. Nos divertimos com suas alegrias. Rimos de certas "lições de vida" que tentam dar em Mason, especialmente seu confuso pai. Sentimos vergonha do comportamento dos adolescentes que buscam se afirmar, especialmente por sabermos que um dia já passamos por aquilo.

O roteiro surpreende por ter se adaptado ao longo do tempo. Não havia como ter criado certos diálogos quando o filme foi idealizado, pois certas coisas que hoje redefiniram os relacionamentos humanos, como os smartphones e redes sociais, não existiam em 2002. Seria impossível ter escrito esta estória completa antes de iniciar as filmagens, assim como também seria escrever o roteiro em 2014 com tudo já filmado. Provavelmente havia um rumo a ser seguido, mas muita coisa foi sendo inserida e levando a estória por outras direções. O que engrandece ainda mais o filme. E se destaca a intenção de se priorizar eventos corriqueiros na narrativa, ao invés de dramatizar pontos de clímax, como o primeiro beijo, primeiro porre e etc.

Os dois "pais", Arquette e Hawke, fazem um belo trabalho. Nunca achei Hawke um ator espetacular, mas admiro sua capacidade de conseguir se mostrar como o cara comum, gente como a gente, fazendo nos sentirmos em sua pele. Arquette faz trabalho similar, sendo a mãe que, em meio a seus erros e acertos, vai conduzindo a vida da família. O protagonista Ellar Coltrane consegue com seu jeito de "cara na dele" nos trazer para seu universo, e relembrarmos o que passamos em nossa infância e adolescência.

O fato das filmagens durarem 12 anos não é algo somente para os críticos ficarem elogiando a qualidade técnica e ressaltando o mérito de superar tal dificuldade. Os 12 anos passam por nossos olhos em 2 horas e 40 minutos. Vemos as 4 personagens centrais envelhecendo sob nossas vistas e o que o tempo causa em nossas feições (Patricia Arquette, favorita ao Oscar, parece ter sentido mais que os outros). O peso do tempo está lá, exposto, mostrando que nossa caminhada por esse planeta é curta.

Já no final do filme, há uma emocionante reflexão de Olivia, quando seu filho está deixando a casa para ir a faculdade. Ela diz que aquele evento fez ela ver que sua vida iria acabar em breve, pois temos certos marcos, como a formatura, o casamento, ter filhos, conseguir o trabalho que queremos, ver os filhos nos deixando. E o próximo marco seria seu funeral. Um tanto quanto antecipada, mas ainda assim, uma dolorida e real conclusão.

Um filme que nos mostra, como nenhum outro, que a arte imita a vida.

Nota: 10

21 de fevereiro de 2015

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)

Santa Coincidência, Batman!

Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance), Dir: Alejandro González Iñárritu, EUA/Canadá, 2014, 119min
Ficha no IMDB: clique aqui
Trailer legendado: clique aqui


Birdman, ao lado de O Grande Hotel Budapeste, é o campeão de indicações ao Oscar 2015, disputando 9 categorias. E concorre em quase todas as categorias nobres: filme, diretor, roteiro original, ator (Michael Keaton), ator coadjuvante (Edward Norton) e atriz coadjuvante (Emma Stone). Merece ganhar tudo.

Antes mesmo de ver o filme, impressionou-me a genialidade metalinguística de fazer um filme sobre um ator em decadência que anos antes foi marcado por ter feito um super-herói de destaque no cinema. Qualquer um com mais de 30 anos certamente quando olha para Michael Keaton imediatamente se lembra de Batman em sua primeira versão cinematográfica. Mas aqui ele é... Birdman! Ou seja, Michael Keaton interpreta um personagem inspirado em... Michael Keaton! Uma sacada genial!

Se você não gosta de filmes que tem um quê de maluquice, como O Clube da Luta, já lhe adianto que não vai gostar do filme e xingar este pitaqueiro pelos elogios à produção.  Confirmando isso, na primeira cena Keaton está flutuando. Não faltaram avisos!

O enredo como já adiantado é sobre o tal ator, Riggan Thomson, que 20 anos antes era o famoso Birdman. No presente ele investiu tudo o que tinha para produzir, roteirizar, dirigir e atuar em uma peça da Broadway, buscando ver seu talento reconhecido e sua carreira reconstruída. Ou seja, mais metalinguagem, pois Keaton estrelando o filme é o mesmo que Riggan querendo se reerguer na Broadway.

Devido a problemas com o ator coadjuvante, odiado por Riggan, entra em seu lugar Mike Shiner (Edward Norton), renomado ator de teatro que trata com desdém as celebridades do cinema. O conflito entre esses dois opostos conduzirá boa parte do restante do filme. Além disso, Riggan tem de lidar ao mesmo tempo com a estreia da peça, com sua namorada que é atriz da peça e que pode estar grávida, Laura (Andrea Riseborough), com a outra atriz cheia de expectativas em sua primeira peça na Broadway, Lesley (Naomi Watts), com sua filha recém saída da clínica de reabilitação, Sam (Emma Stone), enquanto é assessorado por seu melhor amigo Jake (Zach Galifianakis). E pairando sobre tudo está Birdman, a voz que Riggan ouve constantemente e quer que ele retome os dias de grandeza. Enfim, Riggan está envolvido em problemas.

O filme aborda muitos temas atuais e atemporais. Nossa sociedade que dá mais atenção a factoides publicados em tabloides do que ao talento dos artistas está constantemente em debate. O imediatismo da internet e das curtidas das redes sociais também. E, por trás de tudo isso, a eterna necessidade de reconhecimento do ser humano diante do seu medo da falta de significado da vida. Todos esses elementos estão muito bem inseridos no filme.

O roteiro é excelente, recheado de humor (com tiradas de celebridades reais) e com diálogos muito bem construídos. Obviamente, nem mesmo o melhor diálogo já escrito funcionaria sem ter atores competentes para dar-lhe vida. Mas isso não é problema para Birdman. Todos os atores, até mesmo o medíocre gordinho da série Se Beber Não Case, estão ótimos. Keaton e Norton conduzem com muito talento o filme, merecendo os prêmios a que concorrem, assim como Emma Stone.

Ainda que não vençam, Keaton já está recebendo o tão sonhado reconhecimento como ator e Norton retomando o rumo de sua carreira, que surgiu como promissora após As Duas Faces de Um Crime, foi crescendo com A Outra História Americana e Clube da Luta e que vinha oscilando desde A Última Noite, tendo realizado papéis medíocres no período, como em O Ilusionista.

A condução técnica surpreende. O filme todo é construído como um plano-sequência, ou seja, como se não houvesse cortes de câmeras. A dificuldade técnica para conseguir fazer isso é imensa. Já relatei antes meu espanto com o grande plano-sequência de O Segredo de Seus Olhos. Não há palavras para descrever um filme inteiro feito com essa técnica. E mesmo diante dessa dificuldade técnica, a fotografia é ótima, alternando espaços, luzes e cores constantemente.

Birdman, assim, está na minha lista dos melhores filmes do século XXI. Dos últimos 15 vencedores do Oscar, o único filme que considero no mesmo nível é Beleza Americana. A nota, claro, não poderia ser outra.

Nota: 10

20 de fevereiro de 2015

O Grande Hotel Budapeste

O Fabuloso Wes Anderson

The Grand Budapest Hotel, Dir: Wes Anderson, Reino Unido/Alemanha/EUA, 2014, 100min
IMDB: clique aquiTrailer legendado: clique aqui


O Grande Hotel Budapeste, empatado com Birdman, lidera em número de indicações aos prêmios da Academia disputando 9 estatuetas. Nas principais concorre a melhor filme, diretor e roteiro original, com boas chances de levar o prêmio em todas estas.

Seu diretor é Wes Anderson, um dos poucos artistas do cinema atual com assinatura inconfundível. Seu estilo é tão marcante, com diversas marcas registradas, que qualquer um que já tenha visto seus filmes não gasta mais do que alguns segundos vendo uma cena de qualquer destes para perceber quem é o pai da criança, com cores fortes, luz fraca, cenários que parecem feitos para uma peça infantil, figurino exagerado, closes em pequenos objetos, e uma obsessão com a simetria. Para ilustrar o que estou falando, clique neste link. No YouTube há algumas paródias envolvendo seu estilo, como a abertura de Forrest Gump (clique aqui), e até mesmo como seria um pornô dirigido por Anderson (clique aqui).

Além da estética peculiar, Anderson também tem uma forma muito própria de contar suas histórias, nas quais ele sempre é, além de diretor, roteirista. Suas personagens sempre são estereotipadas, sempre há um narrador da estória, que conta de forma simples, beirando o infantil, e há muita ironia em quase todas as cenas, na qual até a movimentação da câmera contribui no humor.

Apresentado este peculiar diretor, passamos ao enredo. O Grande Hotel Budapeste é um decadente estabelecimento que era considerado auge do luxo nos anos 1930, na fictícia república de Zubrowka ("na fronteira mais oriental da Europa"). Em 1968, um escritor que vive no local (Jude Law) um dia conhece seu dono, Mr. Moustafa (F. Murray Abraham), que passa a contar como herdou o local.

A trama então retorna aos gloriosos anos 1930, na qual Mr. Moustafa ainda é o garoto do lobby, chamado somente por seu primeiro nome, Zero (Tony Revolori), seguindo militarmente as ordens do concierge do hotel, M. Gustav (Ralph Fiennes), protagonista do filme. Este é um sujeito ultrametódico, disciplinado e com ares refinados, que tem uma estranha queda passional por septuagenárias. Em razão desta preferência amorosa, Gustav herda de uma de suas amantes idosas (Tilda Swinton, irreconhecível com a maquiagem) um quadro de "valor inestimável", "O Menino e a Maçã", e passa a ser alvo da fúria da família da morta, sendo esse o ponto central do desenvolvimento do enredo.

Como já dito, os personagens são extremamente estereotipados. Sempre faço críticas aos estereótipos, mas não aqui, pois Anderson gosta de contar fábulas, e não histórias reais. Sua estética já faz o possível para que o tempo todo o espectador perceba que o que vê na tela não é real. Daí os estereótipos ficam perfeitos nessas narrativas quase fantásticas.

Assim, os filmes de Anderson não são filmes para atores mostrarem diversas facetas. Mas são provavelmente uma grande diversão para seus intérpretes, haja vista a constelação no elenco deste filme (confira no poster acima para ver), que tem a possibilidade de brincar com os estereótipos e os exageros. Atores de renome aceitam fazer papéis pequenos, em que não aparecem muito mais que um minuto na tela, como Bill Murray e Owen Wilson. Além disso, os que trabalharam com Anderson costumam ser fiéis a ele e são recorrentes em suas produções, caso dos dois citados.

Os filmes de Anderson são quase que uma matinê. Preferi seu filme anterior, Moonrise Kingdom, no qual os protagonistas pré-adolescentes combinam melhor com a estética do diretor. Mas O Grande Hotel Budapeste também é um ótimo filme, digna de todos os prêmios a que concorre.

Nota: 8

19 de fevereiro de 2015

Vencedores e melhores

E o Oscar deveria ter ido para...



Aproveitando a Maratona do Oscar, uma breve análise sobre a justiça da premiação, na visão deste pitaqueiro. Neste pitaco serão analisados os filmes que venceram o Oscar nos últimos 15 anos, de 2000 a 2014.

Será mostrada a lista dos indicados:

- os vencedores estarão em negrito, em primeiro na lista
- em itálico, em segundo lugar, os filmes que eu julgo que deveriam ter ganhado
- em negrito e itálico, ganharam e eu julgo que deveriam ter ganhado

Dos 15 filmes, premiados, concordo com a premiação de 7. Alguns ganharam e eu acho justificados, apesar de ter gostado de outro concorrente, caso de 12 Anos de Escravidão. Outros eu acho absurdo terem ganhado, tendo em vista os concorrentes, como O Discurso do Rei. E, sempre lembrando, ganhar o Oscar não confere ao filme o rótulo de obra-prima, pois há muitos filmes excelentes que nem cogitaram ser indicados.

Concorda? Discorda? Está com ódio deste pitaqueiro que não ama o mesmo filme que você? Deixe seus comentários! 

2000

Beleza Americana
Regras da Vida
À Espera de um Milagre
O Informante
O Sexto Sentido

2001

Gladiador
Chocolate
O Tigre e o Dragão
Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento
Traffic

2002

Uma Mente Brilhante
Assassinato em Gosford Park
Entre Quatro Paredes
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
Moulin Rouge - Amor em Vermelho

2003

Chicago
O Pianista
Gangues de Nova York
As Horas
O Senhor dos Anéis: As Duas Torres

2004

O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei
Sobre Meninos e Lobos
Encontros e Desencontros
Mestre dos Mares - O Lado Mais Distante do Mundo
Seabiscuit - Alma de Herói

2005

Menina de Ouro
Sideways - Entre Umas e Outras
O Aviador
Em Busca da Terra do Nunca
Ray


2006

Crash - No Limite
O Segredo de Brokeback Mountain
Capote
Boa Noite, e Boa Sorte
Munique

2007

Os Infiltrados
Pequena Miss Sunshine
Babel
Cartas de Iwo Jima
A Rainha

2008

Onde os Fracos Não Têm Vez
Desejo e Reparação
Juno
Conduta de Risco
Sangue Negro


2009

Quem Quer Ser Um Milionário?
O Leitor
Frost/Nixon
O Curioso Caso de Benjamin Button
Milk - A Voz da Igualdade

2010

Guerra ao Terror
Bastardos Inglórios
Avatar
Um Sonho Possível
Distrito 9
Educação
Um Homem Sério
Preciosa: Uma História de Esperança
Up – Altas Aventuras
Amor Sem Escalas

2011

O Discurso do Rei
Cisne Negro
127 Horas
A Origem
O Vencedor
Minhas Mães e Meu Pai
A Rede Social
Toy Story 3
Bravura Indômita
Inverno da Alma

2012

O Artista
Cavalo de Guerra
O Homem que Mudou o Jogo
Tão Forte e tão Perto
Histórias Cruzadas
A Invenção de Hugo Cabret
Meia-Noite em Paris
Os Descendentes
A Árvore da Vida

2013

Argo
Amor
Indomável Sonhadora
Django Livre
Os Miseráveis
As Aventuras de Pi
Lincoln
O Lado Bom da Vida
A Hora Mais Escura

2014

12 Anos de Escravidão
Ela
Trapaça
Gravidade
O Lobo de Wall Street
Clube de Compras Dallas
Capitão Phillips
Nebraska
Philomena