7 de julho de 2015

Um Conto Chinês

Vacas me caiam


Un Cuento Chino, Dir: Sebastián Borensztein, Argentina/Espanha, 2011, 93min
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Certas estórias bizarras são tão, mas tão inverossímeis, que só podem ter acontecido de verdade. É dessa premissa que parte Um Conto Chinês, filme argentino em que na cena de abertura uma vaca cai do céu sobre uma moça chinesa em um barco no momento em que seu namorado iria pedi-la em casamento. Acreditem ou não, fato semelhante já ocorreu, deixando à deriva alguns homens em um barco pesqueiro japonês (leia a notícia aqui). Magnólia, de Paul Thomas Anderson, é outro filme que trata de coincidências improváveis.

Após essa curta abertura, o filme vai para o outro lado do mundo, mais precisamente a Buenos Aires, onde o amargo dono de uma pequena loja de ferragens, Roberto (o onipresente Ricardo Darín), leva uma vida simples, reclusa e metódica, evitando o máximo possível de contato com outras pessoas. 

Passada a apresentação do protagonista, eis que surge em sua vida o chinês cuja namorada foi assassinada por uma vaca, após ser atirado para fora de um táxi, completamente perdido, cuja única pista sobre seu destino é uma tatuagem com o endereço para onde deve ir.

Desse encontro entre homens de culturas tão diferentes e que não compreendem uma só palavra do que o outro diz se desenvolverá o enredo do filme, baseado na dificuldade de comunicação e na interação entre tais personagens.

É incrível como os cineastas argentinos consigam contar tão bem estórias de pessoas ordinárias. Já fiz tal observação ao tratar de Medianeras. Todas as peças estão bem encaixadas: a fotografia, as atuações, os diálogos, a edição e a direção, provando que ninguém precisa de uma superprodução para fazer um bom filme.

E, como não poderia deixar de ser, o espectador fica preso a esse improvável encontro causado por uma vaca que caiu do céu.

Nota: 8

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