9 de março de 2007

O Último Rei da Escócia

O horror …

The Last King of Scotland, Dir: Kevin MacDonald, EUA/Inglaterra, 2006, 121min


Apesar do título do filme, a história retrata o ditador de Uganda, Idi Amin Dada, que ascendeu ao poder na década de 1970, que se auto-intitulou Rei da Escócia por ser admirador deste país e por ser inimigo da Inglaterra, assim como os escoceses.
O papel do ditador coube a Forest Whitaker, em excelente atuação que foi coroada pelo Oscar, com todos os méritos.
Mas o papel central fica com James McAvoy, que interpreta um jovem médico escocês recém formado, Nicholas Garrigan, angustiado pelo fato do pai, também médico, não deixar que ele desenvolva seu brilho próprio, decidindo ir a busca de novos horizontes, partindo para Uganda em uma jornada de fuga.
Chegando a África, o jovem médico vai trabalhar na assistência as comunidades carentes, cenário de grande falta de recursos no hospital, mas que não o incomodava, pois finalmente ele se via livre para se destacar sem a sombra paterna. Além disso, ele sente-se bem junto aos sofridos mas alegres africanos e com seu sucesso junto às mulheres africanas.
Em uma jogada do destino, o jovem médico é chamado às pressas para ajudar o ditador, que, em visita ao campo, sofre um pequeno acidente. No episódio ele toma uma atitude de grande coragem e chama a atenção do presidente.
Em pouco tempo, ele é chamado para ser médico particular de Amin, e, assim, vai ganhando sua confiança, vivendo os glamoures da corte do déspota, cercado por dinheiro, luxo, grandes festas e belas mulheres. Além disso, sua relação com Amin evolui a ponto do ditador considerá-lo conselheiro pessoal, dando assim poder e prestígio a Garrigan.
Mas o que a princípio eram somente flores vai se revelando. Garrigan começa a descobrir as atrocidades do regime, cercado por prisões e assassinatos a mando do ditador, e quando vê já não tem mais para onde fugir, percebendo que aquilo não é o mundo dos sonhos que vislumbrava.
Assim, o filme revela-se uma história na qual o eixo central é a desilusão humana, na qual a fuga de uma realidade desagradável leva-o a uma realidade ainda pior.
No entanto, um eixo central que poderia revelar-se muito bom em mãos competentes perde-se aqui. O filme é muito mal dirigido e escrito. Desde o princípio o espectador sabe o que vai acontecer, mostrando-se um filme extremamente previsível e quadrado. Mesmo a loucura de Amin, que vai aumentando à medida que cresce seu poder, não é um recurso novo. Apesar disso, Whitaker retrata tal loucura muito bem, o que acaba sendo a grande salvação do filme.
No elenco ainda, a sumida Gillian Anderson, a agente Scully de Arquivo X, em papel menor.

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