Espião por Acidente
Jack Ryan: Shadow Recruit, Dir. Kenneth Branagh, EUA/Rússia, 2014, 105 minIMDB: clique aqui
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Jack Ryan, cria do escritor Tom Clancy, já é uma personagem veterana em filmes de espionagem. Sua carreira começou com o bom A Caçada ao Outubro Vermelho, no qual Alec Baldwin dava vida à personagem. Depois Harrison Ford assumiu o papel por dois filmes, Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato, e na sua última aventura, A Soma de Todos os Medos, foi a vez de Ben Affleck interpretar o protagonista. Agora a série retorna ao ponto zero com Chris Pine (o Capitão Kirk dos novos filmes de Star Trek).
Nesta nova aventura é mostrada a origem de Ryan, um estudante de economia que decide se alistar nos Fuzileiros Navais dos EUA após o 11 de setembro e é ferido no Afeganistão, sendo posteriormente recrutado como analista da CIA e designado para trabalhar sob cobertura junto ao setor financeiro em Wall Street. Em seu trabalho, Jack descobre estranhas transações financeiras da empresa russa sócia da firma na qual trabalha. Aí vai a Moscou onde irá ver mais de perto o que acontece. E, como sempre, Ryan é o analista que da noite pro dia tem que se transformar em um agente operacional em missões de alto risco.
A trama é até interessante, na qual há um plano de ataque terrorista a Wall Street seguido por um plano financeiro para causar uma derrubada do valor do dólar, levando os EUA a uma nova Grande Depressão. Mas a estória não é bem conduzida.
A trama é até interessante, na qual há um plano de ataque terrorista a Wall Street seguido por um plano financeiro para causar uma derrubada do valor do dólar, levando os EUA a uma nova Grande Depressão. Mas a estória não é bem conduzida.
Primeiro pelo roteiro. As formas mirabolantes para conseguir invadir o prédio do vilão e acessar seus planos são tão exageradas que até a invasão da CIA em Missão Impossível parece mais factível. O destaque dado ao relacionamento afetivo de Ryan com sua namorada também toma tempo demais. E a inclusão dela, uma pessoa completamente leiga, em uma missão de alto risco, também ofende a inteligência do espectador.
O elenco também não ajuda. Chris Pine é inexpressivo e não convence como Ryan. O vilão, Kenneth Branagh (também diretor do filme), não é mais do que um estereótipo de russo ressentido que quer ver restaurada a grandeza de seu país. Kevin Costner não compromete como chefe de Ryan e Keira Knightley até vai bem como a namorada de Ryan, mas, como já dito, sua personagem seria desnecessária.
A fotografia é até interessante, com belas cenas de Moscou. As cenas de ação são bem coreografadas e não são exageradamente longas. Mas não há direção que resolva um roteiro tão falho e um protagonista que não convence.
O renascimento de Jack Ryan nas telas, assim, não mostra a que veio. Aos fãs de filmes de espionagem, certamente é melhor esperar a aguardada estreia de Spectre a nova aventura de 007.
Nota: 4