12 de abril de 2016

O Ditador

O Pequeno Ditador

The Dictator, Dir: Larry Charles, EUA, 2012, 1h24min
Netflix            IMDB                 Trailer                 Roteiro


Sacha Baron Cohen é famoso por seus personagens exóticos com sotaques estranhos e humor mais que politicamente incorreto. Funcionou na primeira vez com Borat, mas as produções sequentes Brüno e este O Ditador foram uma descida ladeira abaixo, não pelo politicamente incorreto, mas pela absoluta falta de graça com piadas vulgares e escatológicas.

No filme, Cohen interpreta o almirante-general Aladeen, o megalômano ditador de Wadyia, um país norte-africano. A inspiração é claramente no finado Muamar Kadafi, tirano maníaco sexual e playboy que governou a Líbia até a revolução que o derrubou. Na trama Aladeen está sendo pressionado pela ONU e pelas potências mundiais a liberar o acesso de inspetores a seu programa nuclear, e é pressionado a discursar na Assembléia Geral das Nações Unidas para evitar ataques preventivos a seu país. 

No início existe até uma certa graça em retratar os exageros narcisísticos do ditador. Ele chega ao cúmulo de criar a própria Olimpíada para ganhar várias medalhas. E altera o idioma para incluir seu nome como substituo para várias palavras, o que gera uma grande confusão na comunicação. Mas quando ele vai pra Nova York, aí a graça desaparece. Começa a ser uma sucessão de insultos e baixaria sem fim, a maior delas sobre seu par romântico, a esquerdista Zoey. A obsessão com piadas envolvendo sexo e pelos nas axilas da moça não tem fim (e nem graça). O filme acaba se resumindo a essas grosserias, como foi feito em Brüno.

Em Borat, Cohen, apesar das mesmas vulgaridades, criou humor em retratar os preconceitos dos cidadãos comuns dos EUA. Em Brüno e O Ditador sobraram somente as vulgaridades. Lamentável ver um artista que parecia ter um humor característico não conseguir sair do lugar.

O Ditador é um filme extremamente politicamente incorreto, vulgar e grosseiro. Há poucas coisas realmente engraçadas, o que deveria ser o propósito de um filme de humor. Recomendável somente para quem não superou o humor bobo e pesado da adolescência. 

Nota: 2

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