8 de outubro de 2013

Idiocracia

Dãããããã


Idiocracy, Dir: Mike Judge, EUA, 2006, 84 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0387808/






Após várias gerações nas quais as pessoas mais inteligentes demoravam para se reproduzir, gerando, quando muito, um só descendente, e os "menos favorecidos intelectualmente" iam povoando o mundo, a Terra se vê coberta por uma humanidade completamente idiota em 2505. Esse é o futurismo proposto em Idiocracia.

Joe Bauers, ou Not Sure (Luke Wilson) é o protagonista da estória. Colocado em hibernação em 2005, é esquecido dentro de seu sarcófago após o projeto ser cancelado pelo exército dos EUA. Ele havia sido escolhido devido à sua incrível mediocridade, pois era um "homem médio" em todos os quesitos.

Quando acorda, em 2505, encontra um planeta imundo, povoado por quase débeis mentais, que vivem de repetir bordões de comerciais da TV, gírias e palavrões, quando conseguem exprimir mais do que 3 palavras. Num ambiente como esse, é fácil ser o sujeito mais inteligente, o que acontece com Joe. Aliás, por conseguir articular minimamente suas frases, sem falar gírias nem grunhir, todos o veem como efeminado.

Bem, a partir daí a estória segue um ritmo de ação no qual Joe é preso, considerado a pessoa mais inteligente do mundo após testes estúpidos de QI, nomeado ministro, condenado à execução pública dentre outras desventuras.

O diretor do filme é Mike Judge, mais conhecido por ser o criador da dupla de idiotas Beavis e Butt-Head. Não acompanhei muito o seriado, mas a impressão que se tem é que ele quis imaginar um mundo povoado por idiotas como seus famosos personagens, que ficam rindo, grunhindo e só pensam em sexo.

O filme é cheio de boas tiradas. Um julgamento em que o juiz é um showman e no qual o advogado de defesa passa a acusar seu cliente, em meio a argumentações vazias, um presidente que é ex campeão de luta livre (lembram de algum ex governador da Califórnia?), uma arena mistura de coliseu com estádio de futebol com a torcida vibrando pra ver destruição e um cinema com as pessoas rindo de uma bunda que fica em cena ao longo de toda a projeção (que me lembram os frequentadores do Cinemark que gargalham a cada ironia sutil de filmes dramáticos) são alguns dos bons momentos.

O pior de tudo no filme é perceber que na brincadeira, há um belo fundo de verdade. Tenho a sensação de que o mundo está emburrecendo, por mais contraditório que pareça em um ambiente no qual transborda informação. Mas, tal contradição é aparente, pois a informação cada vez tem menos qualidade. Basta ver na página do UOL quais são as notícias mais lidas. Quase sempre são sobre fofocas de celebridades. Com tanta informação disponível as pessoas ficam com preguiça de pensar. Um mundo de alienados, como no livro clássico Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.

Duvido que quem assistir não vai pensar que talvez este seja nosso destino.

Nota: 7

Um comentário :

  1. Concordo que o filme é meio "idiota", mas quando pensamos no presente e o projetamos para o futuro, a ideia parece ser verossímil. Jaque

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