14 de maio de 2007

Barry Lyndon

Tudo que sobe, desce

Idem, Dir. Stanley Kubrick, Inglaterra, 1975, 183min

Apesar de ser bastante suspeito para falar de filmes do Kubrick, que é meu diretor preferido, dou aqui meu pitaco sobre essa obra-prima (só por esse comentário já dá pra saber a nota), Barry Lyndon.

A história do filme retrata a trajetória de um Zé ninguém que busca um lugar ao sol. A trajetória do anti-herói Redmond Barry, cobre um período de aproximadamente 20 anos, mostrando sua ascensão e decadência.

Redmond é um jovem irlandês que vive com sua mãe em uma casa cedida por favor por um tio. Tal situação o faz ser mal visto pela sociedade, encarnada na figura de sua prima, sua primeira paixão, que, apesar de gostar dele, o despreza por ele não ter onde cair morto. Assim, esta inicia um namoro com um capitão do exército inglês, possuidor de status e dinheiro, que ainda ajudaria sua família com o abatimento de uma dívida.

Sentindo-se traído, Barry desafia o capitão para um duelo, o qual, surpreendentemente, vence. Com isso, Redmond tem que fugir das autoridades inglesas, e inicia sua grande jornada, que passa pelo exército inglês e pelo prussiano, torna-se servo de um espião disfarçado de nobre, golpista profissional e casa-se com uma jovem viúva aristocrata.

Nessa trajetória, Kubrick coloca alguns elementos característicos de sua filmografia, como diálogos estranhos para certas situações, como no assalto em que os ladrões conversam com Barry como se fosse um encontro de cavalheiros, desilusão com as forças armadas, corrupção do mundo, hipocrisia humana e outros elementos de sua visão pessimista do mundo.

Associado a isso, um rigor técnico apurado, com ambientações, figurino e fotografia invejáveis, servindo como excelente retrato da Europa pré-revolução Francesa. As 3 horas de filme valem à pena para quem está disposto a acompanhar uma história extremamente bem contada.

Barry Lyndon é uma grande alegoria que mostra a que pode levar a ambição humana, apresentando certa lição moralista, de que as conquistas são efêmeras, e tudo que sobe, inevitavelmente, desce.

Nota: 10

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