A Saga Continua
Star Wars: The Force Awakens, Dir: J.J. Abrams, EUA, 2015, 2h 15min
ALERTA: SEM SPOILER NENHUM SOBRE A TRAMA. LEIA SEM MEDO.
Após uma das esperas mais aguardadas do cinema, eis que estreou Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força (que chamaremos aqui só de O Despertar da Força).
Os pitacos normalmente não contém muitos spoilers. Mas falar sobre esse filme sem dar spoilers é o maior desafio já enfrentado por este pitaqueiro. Porque, o trailer, como já parecia, não revela quase nada da trama.
Mas vamos falar sobre o que dá, sobretudo, a parte técnica. [Atualização: recebeu 5 indicações no Oscar 2016 em categorias técnicas: trilha sonora, edição, mixagem de som, edição de som e efeitos visuais. Tem boas chances em trilha e pode levar alguma outra, mas Mad Max: Estrada da Fúria é o favorito na maioria delas. Poderia ter sido indicado a melhor filme e a melhor atriz] O filme se passa cerca de 30 anos após O Retorno de Jedi (clique aqui para o pitaco sobre a Trilogia Clássica). Ao longo do filme, pouco se dirá sobre o que ocorreu neste ínterim. Aliás, muitas questões ficam no ar, sendo que J.J. Abrams, segue em parte o que fez com a série Lost, de a cada revelação lançar mais e mais questões. Isso acaba sendo até um problema, pois um pouco mais poderia ter sido revelado sobre o contexto do atual conflito, sobretudo sobre as forças em colisão, a Resistência e a Primeira Ordem, sem que isso gerasse menor curiosidade.
O filme tem muitas referências à saga, especialmente à Trilogia Clássica. Algumas falas são as mesmas de outros filmes e há situações muito semelhantes com outras já vividas. Como fã, acho interessante homenagear o pessoal da velha-guarda, mas acho que acabou sendo levemente exagerados.
As atuações são, de longe, as melhores de toda a saga. Apesar de alguns bons atores terem passado pelos filmes (como Alec Guiness, Ian McDiarmid e Christopher Lee), os protagonistas ou ficavam devendo ou eram mal dirigidos por George Lucas (o que os atores sempre afirmaram). Aqui Daisy Ridley (Rey), John Boyega (Finn) e Adam Driver (Kylo Ren) conduzem com bastante competências seus personagens. Os veteranos da trilogia original, Carrie Fisher (Leia), Harrison Ford (Han) e Mark Hammil (Luke) também não fazem feio, respeitando sua história. Destaque também para o roteiro, que trabalhou seus personagens melhor que qualquer outro filme da saga. Contudo, alguns personagens secundários não ganham o destaque que pareciam que iriam ganhar
A parte dos efeitos visuais equilibra muito bem o CGI com os efeitos práticos. Diferentemente da Trilogia de Origem, na qual percebe-se que não foi construído quase nenhum cenário e os atores tiveram de atuar na frente de um cenário verde, neste, os grandes cenários e os figurantes de carne e osso se destacam, dando um ótimo aspecto estético ao filme. O 3D é bem utilizado, com efeitos que parecem sair da tela e bom uso da diferença de profundidade de campo. As cenas com naves, como já indicavam no trailer, são as com maior proximidade já vistas na saga. E a parte dos duelos com sabres tem coreografias bem encenadas, sem exageros.
A edição é muito bem feita, com alternância boa entre sequências de ação e momentos de diálogos e desenvolvimento da trama. A direção de J.J. também é criativa, com boas tomadas e movimentos de câmera.
Analisando todos os filmes, O Despertar da Força fica certamente abaixo do perfeito O Império Contra-Ataca e um pouco abaixo de Uma Nova Esperança. Como eu gosto de A Vingança dos Sith (apesar dos problemas de roteiro e de estética que marcam toda a Trilogia de Origem), situaria o novo filme mais ou menos neste patamar.
O Despertar da Força aparenta que vai resgatar de vez a saga e trazer uma nova legião de fãs [atualização de dez 2019: previsão confirmada!], que irão aprender a importância da estória que veio antes. Muitas são as questões deixadas para ser respondidas no próximo filme. Para felicidade geral dos fãs, desta vez, a espera será de somente 2 anos (e ainda teremos o spin-off Rogue One daqui um ano), ao contrário das outras trilogias em que havia um buraco de 3 anos entre os filmes.
Nota: 8
P.S.: Quem já viu o filme pode ler o pitaco lotado de spoilers clicando aqui.
Após uma das esperas mais aguardadas do cinema, eis que estreou Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força (que chamaremos aqui só de O Despertar da Força).
Os pitacos normalmente não contém muitos spoilers. Mas falar sobre esse filme sem dar spoilers é o maior desafio já enfrentado por este pitaqueiro. Porque, o trailer, como já parecia, não revela quase nada da trama.
Mas vamos falar sobre o que dá, sobretudo, a parte técnica. [Atualização: recebeu 5 indicações no Oscar 2016 em categorias técnicas: trilha sonora, edição, mixagem de som, edição de som e efeitos visuais. Tem boas chances em trilha e pode levar alguma outra, mas Mad Max: Estrada da Fúria é o favorito na maioria delas. Poderia ter sido indicado a melhor filme e a melhor atriz] O filme se passa cerca de 30 anos após O Retorno de Jedi (clique aqui para o pitaco sobre a Trilogia Clássica). Ao longo do filme, pouco se dirá sobre o que ocorreu neste ínterim. Aliás, muitas questões ficam no ar, sendo que J.J. Abrams, segue em parte o que fez com a série Lost, de a cada revelação lançar mais e mais questões. Isso acaba sendo até um problema, pois um pouco mais poderia ter sido revelado sobre o contexto do atual conflito, sobretudo sobre as forças em colisão, a Resistência e a Primeira Ordem, sem que isso gerasse menor curiosidade.
O filme tem muitas referências à saga, especialmente à Trilogia Clássica. Algumas falas são as mesmas de outros filmes e há situações muito semelhantes com outras já vividas. Como fã, acho interessante homenagear o pessoal da velha-guarda, mas acho que acabou sendo levemente exagerados.
A parte dos efeitos visuais equilibra muito bem o CGI com os efeitos práticos. Diferentemente da Trilogia de Origem, na qual percebe-se que não foi construído quase nenhum cenário e os atores tiveram de atuar na frente de um cenário verde, neste, os grandes cenários e os figurantes de carne e osso se destacam, dando um ótimo aspecto estético ao filme. O 3D é bem utilizado, com efeitos que parecem sair da tela e bom uso da diferença de profundidade de campo. As cenas com naves, como já indicavam no trailer, são as com maior proximidade já vistas na saga. E a parte dos duelos com sabres tem coreografias bem encenadas, sem exageros.
A edição é muito bem feita, com alternância boa entre sequências de ação e momentos de diálogos e desenvolvimento da trama. A direção de J.J. também é criativa, com boas tomadas e movimentos de câmera.
Analisando todos os filmes, O Despertar da Força fica certamente abaixo do perfeito O Império Contra-Ataca e um pouco abaixo de Uma Nova Esperança. Como eu gosto de A Vingança dos Sith (apesar dos problemas de roteiro e de estética que marcam toda a Trilogia de Origem), situaria o novo filme mais ou menos neste patamar.
O Despertar da Força aparenta que vai resgatar de vez a saga e trazer uma nova legião de fãs [atualização de dez 2019: previsão confirmada!], que irão aprender a importância da estória que veio antes. Muitas são as questões deixadas para ser respondidas no próximo filme. Para felicidade geral dos fãs, desta vez, a espera será de somente 2 anos (e ainda teremos o spin-off Rogue One daqui um ano), ao contrário das outras trilogias em que havia um buraco de 3 anos entre os filmes.
Nota: 8
P.S.: Quem já viu o filme pode ler o pitaco lotado de spoilers clicando aqui.