12 de janeiro de 2016

Star Wars: O Despertar da Força (2º pitaco)

A Força está de Volta!

Star Wars: The Force Awakens, Dir: J.J. Abrams, EUA, 2015, 2h15min
IMDB: clique aqui
Trailer: clique aqui


ALERTA: LOTADO DE SPOILERS

Após o pitaco sem spoilers (clique aqui para ler), que trata da parte técnica, vamos ao pitaco que trata da trama, feito após este pitaqueiro ter visto o filme 4 vezes. Fã faz essas coisas...

A trama, tem semelhanças muito grandes com o Episódio IV, Uma Nova Esperança (clique aqui para ler o pitaco sobre a Trilogia Clássica): importantes planos secretos foram escondidos em um dróide que vai parar em um planeta desértico onde vive uma humilde jovem órfã que sonha em deixar aquele lugar, e que, subitamente, vê-se envolvida no maior conflito da galáxia. No final, há uma gigantesca estação espacial ameaçadora que o heróis precisam destruir.


Apesar disso, o filme traz elementos novos marcantes. O principal é o fato de não existir mais um conflito já estabelecido entre os dois lados da Força. Luke sumiu e o espaço do lado luminosos ficou vago, sobrando só Kylo Ren e o Supremo Líder Snoke, representantes do lado negro. A Força tornou-se um mito, e é o antes cético Han Solo quem vai dizer aos novos heróis, Finn e Rey, que ela não é somente "mambo jambo", uma tolice.

Como já dito no outro pitaco, os novos personagens são sensacionais! Rey é apaixonante, com sua delicadeza, esperança, independência e coragem. Uma ótima heroína para as novas gerações, especialmente para as meninas. E a atuação da bela Daisy Ridley é sensacional! Impressionante saber que uma novata consegue ter tamanha presença em tela e tanta expressividade. Completando, a música tema do mestre John Williams cai com uma luva para a personagem (clique aqui para ouvir), com seu início delicado e seus momentos marcantes, que demonstram alguém descobrindo sua força. 

Kylo Ren é o outro lado da moeda e também muito interessante. O neto do temido Vader é um vilão ainda em preparação, sem equilíbrio emocional necessário, o que demonstra com seus chiliques destruidores. Adam Driver também mostra um bom trabalho ao ter de mostrar as emoções conflitantes do personagem na cena com Han Solo, a propósito, uma cena memorável, com grandes atuações, diálogos, ritmo, e fotografia.

Finn não é um personagem tão importante ou complexo, apesar de aparecer bastante, mas John Boyega cumpre bem a função de coadjuvante, servindo como alívio cômico e par romântico de Rey. A química entre os dois é imediata, ao contrário da forçação de barra que foi o amor entre Padmé e Anakin na Trilogia de Origem, fruto da má direção de George Lucas.

Infelizmente faltou destaque para Poe Dameron, vivido pelo fenomenal Oscar Isaac, que mesmo com sua pequena participação ganha o espectador na primeira cena e conduz o início da trama. O papel merece mais destaque nos próximos filmes, pois Isaac é um ator de primeira grandeza. O mesmo se pode dizer da Capitã Phasma, que apesar de seu look de destaque e de contar com a interpretação de uma atriz conhecida, Gwendoline Christie, não mostrou a que veio.

Muitas são as perguntas abertas, bem ao estilo Lost. As principais envolvem os eventos que ocorreram entre o lapso de tempo entre O Retorno de Jedi e O Despertar da Força. Talvez a principal pergunta seja "Quem é Rey?". Não sabemos quem são seus pais, por que foi deixada em Jakku, como adquiriu suas habilidades e nem de onde vem a Força que ela possui. Também há perguntas sobre o passado de Kylo, especialmente o motivo que o levou destruir a nascente Academia Jedi de Luke. E o mestre do mal, Snoke, também é um enigma. Alguns sugeriram ser ele uma reencarnação do finado Imperador Palpatine ou ainda de seu mestre Darth Plagueis, mas já foram desmentidos.

A perturbadora morte de Han Solo é prova do efeito que Game of Thrones provocou no mundo do entretenimento. Ninguém mais tem dó de matar personagens principais e amados pelo público. E alguns especulam que Kylo Ren o matou para se unir definitivamente ao lado negro, para que depois ele destrua o lado negro por dentro. Não acredito na teoria, apesar de achar excepcional, por um motivo simples: o filme é da Disney e os executivos do estúdio não vão permitir que se dê qualquer justificativa para um cara que mata o próprio pai, ainda que seja um meio para atingir um fim nobre.

Quanto à Starkiller, essa é uma reencarnação da Estrela da Morte. Já disse que o Universo de Star Wars não precisa sempre de uma arma gigantona pra assustar. E sua apresentação é feito de forma um pouco rápida e atrapalhada, pois não se cria um clima de tensão com a destruição dos planetas da República, como foi bem feito em Uma Nova Esperança com a destruição de Alderan. E sua pouca importância na trama é comprovada no momento em que sua destruição base é ofuscada pelo bem mais interessante confronto de sabres entre Kylo x Finn e Rey. Aliás, o momento em que Rey usa seu poder para puxar o sabre e se revela uma nova jedi é de arrepiar qualquer fã da saga. Um dos grandes momentos de toda a franquia, comparável ao "Eu sou seu pai".

O final é lindo! A fotografia é sensacional e a mistura dos temas musicais de Rey e Luke é espetacular (clique aqui para ouvir). O filme termina no momento certo. Luke tinha que aparecer, mas qualquer diálogo entre ele e Rey seria desnecessário. As expressões faciais dos atores falam mais que qualquer palavra. Para os entendedores aquele foi o encontro entre diferentes gerações de jedis, o mestre e a aprendiz.

J.J. Abrams foi muito competente em trazer de volta a magia de Star Wars. Os recordes de bilheteria comprovam. E os novos personagens apresentam muitas possibilidades de desenvolvimento. A Força está de volta!


Nota: 8

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