22 de dezembro de 2016

Sully: O Herói do Rio Hudson

Apertem os Cintos 

Sully, Dir: Clint Eastwood, EUA, 2016, 1h36min
IMDB                 Trailer


Como criar expectativa e manter a platéia entretida com um filme baseado em uma história conhecida por todas e amplamente noticiada mundialmente? Esse é o desafio que Sully: O Herói do Rio Hudson tem de enfrentar. E fez o melhor que pôde nas hábeis mãos de Clint Eastwood.

Como todos sabem, em maiores detalhes ou superficialmente, em 2009 houve um pouso de emergência realizado no Rio Hudson, ao lado da cidade de Nova York, no qual todos a bordo sobreviveram e ninguém sofreu ferimentos graves. Foi um feito surpreendente e único na história da aviação. 

A trama, como indica o título, foca em seu protagonista, o veterano Comandante Chesley Sullenberger (Tom Hanks), que optou pelo pouso forçado após perder seus dois motores logo após a decolagem em um choque com aves. O filme foca então em dois aspectos. O histórico e os sentimentos de Sully e a investigação obrigatória que se segue após o incidente. A questão que se coloca é se seria possível que Sully, ao invés de optar pelo perigosíssimo pouso no rio, poderia ter se dirigido a algum aeroporto e ter feito um pouso convencional. E para isso dois mistérios são guardados para o final: se realmente os dois motores não funcionavam, pois leituras de computador indicavam que um deles estava funcionando, e se assim seria possível dirigir-se a um aeroporto após a colisão com as aves. E isso serve muito bem para manter a atenção dos espectadores.

O filme também busca, para além de Sully, elevar os outros personagens envolvidos. Algumas estórias paralelas dos passageiros são mostrados, é dado um pequeno destaque para a tripulação, especialmente para o copiloto Jeffrey Skiles (Aaron Eckhart) e também para as equipes de resgate que prontamente se dirigiram ao local da queda e evitaram que as pessoas a bordo morressem de hipotermia nas frias águas invernais do Hudson.

Tom Hanks, apesar de sempre apresentar atuações ao menos convincentes, ainda que em filmes questionáveis (como O Código da Vinci), mostra o que pode ser sua melhor atuação nos últimos 10 anos. Ele consegue encenar o drama pessoal de Sully de maneira serena, sem grandes arroubos de emoção, construindo um personagem convincente. Aaron Eckhart completa bem a dupla de pilotos, servindo com um contraponto um pouco mais relaxado a Sully.

Clint Eastwood costuma apresentar trabalhos com elevado nível técnico (aqui vamos deixar de lado os bebês bonecos usados em Sniper Americano). As cenas de desastre são bem pontuadas e ele consegue transmitir emoção até mesmo nas apresentações de simulação de alternativas ao acidente. Não há nada na parte técnica que salte aos olhos, mas tudo é relativamente bem executado. A queda do avião é bem encenada, apesar de alguns aspectos da água criada em CGI serem um tanto artificiais.

Sully é um bom filme, especialmente por conseguir tirar o máximo possível de uma história conhecida. E consegue mostrar toda a emoção envolvida no "Milagre do Hudson".

Nota: 6

2 comentários :

  1. Eu adorei assistir o ano passado. Sempre acompanhei o trabalho de Clint Eastwood, e quando soube que lançaria o filme Sullyy, esperei com todo o meu ser a estréia. Seu trabalho é excepcional, seu estilo e personalidade estão bem marcados neste filme, acho que ninguém teria feito um melhor trabalho que ele. Desfrutei muito pelo bom enredo e narrativa. O filme superou as minhas expectativas, realmente o recomendo.

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    1. Cara Andrea, obrigado pelo comentário. Acho que o Clint Eastwood quase tirou leite de pedra aqui, pois fora o pouso forçado não tinha muito o que contar de forma dramática. Também fui surpreendido.

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