Super Mulher
Wonder Woman, Dir: Pat Jenkins, EUA, 2017
A DC Comics segue tentando fazer com que seu universo cinematográfico rivalize com o da arquirrival Marvel. Após 3 tentativas de médias pra baixo (O Homem de Aço, Batman vs Superman e Esquadrão Suicida) finalmente o estúdio achou o tom com a mais icônica heroina feminina, a Mulher-Maravilha.
O filme conta a história de origem da Princesa Diana da Ilha de Temiscira, local existente em uma dimensão paralela e habitado somente por bravas guerreiras. A paz do local é quebrada durante a Primeira Guerra Mundial, quando o piloto americano Capitão Steve tem seu avião abatido e acaba atravessando o portal dimensional que leva a Ilha, levando em seu encalço vários marinheiros alemães que o perseguiam.
Após esse encontro Diana fica convencida de que o conflito é causado pelo Deus da Guerra Áries e que somente ela pode impedi-lo e encerrar sangrento conflito.
Pois bem, lendo assim, a trama, apesar de fantasiosa, é simples. Pois não só parece, mas de fato não há nada de enrolado no desenvolvimento da narrativa, e esse é o maior acerto do filme. Uma história simples, envolvente e bem desenvolvida.
Isso não isenta o filme de problemas. Um dos mais destacados é a falta de recursos interpretativos da protagonista, Gal Gadot. Não chega a ser um grave problema, pois o filme não precisa de muito mais do que uma protagonista bonita e simpática, mas em alguns momentos percebe-se, em meio a suas caras e bocas para fotos, que ela é uma miss tentando ser atriz.
Outro ponto que é sempre destaque negativo em produções da DC é o confronto final recheado de CGI com fogo e destruição que gera umas catarse visual que nada acrescenta ao drama e polui visualmente a cena.
Mas em muitos outros pontos a produção acerta. Ao contrário dos últimos Batman e Superman, que questionam seu papel de herói, a Mulher-Maravilha jamais reflete sobre seu papel de salvadora. Ela é uma heroína e enfrentará grandes perigos se colocando em risco por puro altruísmo. Ponto. E essa é a força simbólica de um herói.
Algumas cenas de ação são muito bem elaboradas, com destaque para o confronto das amazonas e para a travessia de Diana pelas trincheiras do Fronte Ocidental.
E outro detalhe importantíssimo, as cores. A DC gostou do tom sombrio do Batman e o tornou padrão em todos os seus filmes. Mas a paleta escurecida não combina com heróis solares como Superman e Mulher-Maravilha. As cenas na Ilha tem uma belíssima cinematografia.
Mulher-Maravilha é o primeiro acerto da DC nesse seu universo cinematográfico compartilhado. Tomara que não seja o único. A conferir com a breve estréia da Liga da Justiça.
Nota: 7