18 de fevereiro de 2014

Capitão Phillips

Piratas sem glamour

Captain Phillips, Dir: Paul Greengrass, EUA, 2013, 134 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt1535109/



Baseado na história real de um sequestro do cargueiro Maersk Alabama na costa da Somália em 2009, Capitão Phillips reconstrói os momentos de tensão vividos pela tripulação americana e por seu protagonista, interpretado pelo sempre competente Tom Hanks. 

A Somália, terra dos piratas retratados, mal é um país, pois somente 10% de seu território é controlado pelo governo. O restante é controlado por chefes locais. Além disso tudo, o país fica em uma rota estratégica para grande parte da navegação internacional, o chifre da África, sendo portanto, quase que uma consequência lógica que a região seja cenário de ataques de piratas, que em nada lembram um Jack Sparrow.

O filme, como dito, é uma reconstituição da tensão da abordagem pelo grupo de piratas ao cargueiro, aproximando-se bastante de um filme de ação, nesse sentido, com criminosos sempre ameaçando a vida da tripulação.

Mas seu maior mérito, reside, em não colocar os piratas como africanos pobres, sujos e malvados inimigos da América. Sim, eles não deixam de ser africanos pobres e sujos, mas não necessariamente são animais sem coração. Todo o duro contexto em que eles vivem praticamente os impulsiona em direção ao cometimento de crimes. O melhor diálogo do filme se dá entre o Capitão e o chefe dos piratas (ótima atuação do novato somaliano Barkhad Abdi), no qual Phillips argumenta que ele poderia fazer algo além de ser um pescador ou um sequestrador, ao que ele responde "Talvez na América, irlandês, talvez na América", demonstrando a falta de opções causada pela miséria.

No final o filme esbarra numa glorificação do bom serviço das forças especias dos militares americanos, que, obviamente, tiveram seus méritos no sucesso do resgate, mas fica aquela mensagem de "Não mexa com a gente".

Nota: 7

2 comentários :

  1. O último parágrafo traduz um pouco do que é o filme.

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  2. Sim, é mais uma demonstração da supremacia militar dos EUA. Beijo!

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