O peso dos anos
Dir: James Mangold, EUA, 2017, 2h17minIMDB Trailer
Após duas história muito abaixo do que o personagem merece, Wolverine está de volta na história que leva o nome que ele adotou pela vida Logan.
Na trama, passada em 2029, os mutantes foram praticamente exterminados e os poucos remanescentes vivem no anonimato, dentre eles Wolverine e o Professor Xavier, sofrendo de doenças mentais. Logan tenta viver uma vida ordinária como motorista de limusine na fronteira do México com os EUA, quando uma mulher chega até ele pedindo para ele salvar uma criança mutante, Laura (X-23), que tem os mesmos poderes de Wolverine e está sendo perseguida por um exército de mercenários.
No filme vemos um Wolverine envelhecido, cansado e amargurado por seus anos de violência e amores frustrados. Por conta disso está relutante em se envolver em qualquer jornada heroica ou desenvolver qualquer relação afetiva. Mas vários fatos vão mudando suas ideias e vão despertando o herói adormecido.
O roteiro é bom e foge do padrão de filmes de super-heróis de primeiro se pensar em várias cenas de ação e depois se colocar um roteiro para dar coesão. Aqui o roteiro e o desenvolvimento dos personagens são mais importantes. É uma história bastante introspectiva, incomum para o gênero. E a tristeza, a dor e o sofrimento darão o tom em toda a projeção.
Hugh Jackman tem um grande filme para se despedir do personagem que defendeu por 17 anos. O trabalho de ator aqui é de longe o mais exigente já enfrentado por ele como Logan. Wolverine sempre sofreu, mas aqui a intensidade é ainda maior e o peso dos anos fez com que ele estivesse conformado e tentando se manter alheio ao sofrimento. Patrick Stewart também tem um novo relacionamento com o Professor Xavier, pois aqui ele deixou de ser o líder super centrado de sempre, se tornando um velho gagá resmungão. E a menina Dafne Keen encanta com seu olhar expressivo ainda que quase não fale no filme.
A produção é caprichada, imprimindo um tom sujo ao filme. Não é um típico filme de herói colorido, mas um filme meio western meio road movie, áspero e seco, especialmente considerando o cenário do Oeste dos Estados Unidos, de El Paso até a fronteira norte com o Canadá. As cenas de ação são bem conduzidas e finalmente um personagem que tem 6 garras afiadas como espadas tira sangue de seus inimigos. Muito sangue.
Logan é um bom filme de herói e uma merecida despedida de Hugh Jackman do papel. Os fãs agradecem.
Nota: 8