O Caminho do Bem
A Most Violent Year, Dir: J.C. Chandor, EUA/Emirados Árabes, 2014, 125min
Filme que foi elogiado por parte da crítica e completamente ignorado pelo Oscar 2015, O Ano Mais Violento se passa no inverno de 1981 em Nova York, período mais violento da história da cidade. Apesar do título, o filme não vai fazer uma análise sobre os problemas de violência, mas contar uma estória bem específica, de um empresário que tenta vencer em seu negócio de venda de óleo para aquecimento em meio a este difícil contexto (e pelas estatísticas que li, esse ano mais violento de NY não é muito pior do que tem sido a realidade de todas as cidades médias e grandes do Brasil atual).
Abel Morales (Oscar Isaac) é um imigrante latino que se fez sozinho à base de muito trabalho. Mas no momento em que busca uma grande expansão em seu negócio, se vê pressionado por vários lados: pelos frequentes assaltos a suas cargas e por seus motoristas que querem andar armados, por uma investigação do ministério público a seus negócios, pelo dono do terreno que ele negociou e não aceita a prorrogação de seu pagamento, pelos bancos que lhe negam crédito, pelos seus competidores que ele suspeita que são os responsáveis por roubar suas cargas e até mesmo pela esposa (Jessica Chastain), filha de mafioso que questiona seus métodos.
Esses conflitos que envolvem Abel e seu dilema moral entre seguir tentando ser correto ou de se deixar levar por toda a podridão que o cerca conduzem o filme. O roteiro tem seus problemas, pois há muitos diálogos desinteressantes, parece que o filme vai andando em círculos e que não se sabe bem onde vai chegar. A edição compromete ainda mais isso, fazendo um filme um pouco enfadonho. Há alguns momentos de muita tensão, mas a violência é mais representada pela sua ameaça do que por tiros e sangue jorrando na tela.
A direção de J.C Chandor conduz muito bem seus atores, que são o ponto mais forte do filme. Oscar Isaac e Jessica Chastain são dois dos atores mais talentosos de sua geração. Após muitos elogios da crítica com filmes mais artísticos, ambos agora se lançam em blockbusters, ele terá papéis de destaque em Star Wars e em X-Men e ela fez parte do elenco de Perdido em Marte (clique aqui para ler o pitaco) e estará em O Caçador e a Rainha de Gelo. Ela já foi indicada ao Oscar por sua ótima performance em A Hora Mais Escura, e ele, se seguir com boas atuações como essa e a de Ex-Machina (clique aqui para ler o pitaco), em breve estará disputando o prêmio. Completa o elenco outro bom ator, David Oyelowo, que foi esnobado pelo Oscar 2015 com sua boa interpretação de Martin Luther King em Selma (clique aqui para ler o pitaco). Em cena, todos entregam um ótimo trabalho.
Na parte técnica, há uma bela fotografia e uma ótima produção de época. Também as esparsas cenas de ação são bem conduzidas de forma realista, sem pirotecnias, efeitos especiais ou tiros pra todos os lados.
O Ano Mais Violento é um filme que exige uma certa disposição do espectador que não deve querer ver tudo explicado de forma rápida. Talvez o seu realismo seja tanto que faça o filme se parecer com a vida real, onde as coisas se desenvolvem lentamente, sem muita linearidade e de forma chata. Mas é um bom filme, especialmente pelos ótimos atores.
Nota: 7
Abel Morales (Oscar Isaac) é um imigrante latino que se fez sozinho à base de muito trabalho. Mas no momento em que busca uma grande expansão em seu negócio, se vê pressionado por vários lados: pelos frequentes assaltos a suas cargas e por seus motoristas que querem andar armados, por uma investigação do ministério público a seus negócios, pelo dono do terreno que ele negociou e não aceita a prorrogação de seu pagamento, pelos bancos que lhe negam crédito, pelos seus competidores que ele suspeita que são os responsáveis por roubar suas cargas e até mesmo pela esposa (Jessica Chastain), filha de mafioso que questiona seus métodos.
Esses conflitos que envolvem Abel e seu dilema moral entre seguir tentando ser correto ou de se deixar levar por toda a podridão que o cerca conduzem o filme. O roteiro tem seus problemas, pois há muitos diálogos desinteressantes, parece que o filme vai andando em círculos e que não se sabe bem onde vai chegar. A edição compromete ainda mais isso, fazendo um filme um pouco enfadonho. Há alguns momentos de muita tensão, mas a violência é mais representada pela sua ameaça do que por tiros e sangue jorrando na tela.
A direção de J.C Chandor conduz muito bem seus atores, que são o ponto mais forte do filme. Oscar Isaac e Jessica Chastain são dois dos atores mais talentosos de sua geração. Após muitos elogios da crítica com filmes mais artísticos, ambos agora se lançam em blockbusters, ele terá papéis de destaque em Star Wars e em X-Men e ela fez parte do elenco de Perdido em Marte (clique aqui para ler o pitaco) e estará em O Caçador e a Rainha de Gelo. Ela já foi indicada ao Oscar por sua ótima performance em A Hora Mais Escura, e ele, se seguir com boas atuações como essa e a de Ex-Machina (clique aqui para ler o pitaco), em breve estará disputando o prêmio. Completa o elenco outro bom ator, David Oyelowo, que foi esnobado pelo Oscar 2015 com sua boa interpretação de Martin Luther King em Selma (clique aqui para ler o pitaco). Em cena, todos entregam um ótimo trabalho.
Na parte técnica, há uma bela fotografia e uma ótima produção de época. Também as esparsas cenas de ação são bem conduzidas de forma realista, sem pirotecnias, efeitos especiais ou tiros pra todos os lados.
O Ano Mais Violento é um filme que exige uma certa disposição do espectador que não deve querer ver tudo explicado de forma rápida. Talvez o seu realismo seja tanto que faça o filme se parecer com a vida real, onde as coisas se desenvolvem lentamente, sem muita linearidade e de forma chata. Mas é um bom filme, especialmente pelos ótimos atores.
Nota: 7
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