À Meia-Noite Levarei sua Alma
Dir. José Mojica Marins, Brasil, 1964, 78min
Foi exibida em sessão dupla na Mostra os dois principais filmes do coveiro mais famoso do cinema.
Neste primeiro filme, é apresentada a personagem Zé do Caixão, agente funerário cético ao extremo, que despreza a ignorância causada pela religiosidade do povo e gosta de cometer atos que choquem a moral, como comer carne na sexta-feira santa.
Por não acreditar em ressurreição ou reencarnação, Zé do Caixão acredita piamente que o modo de se tornar imortal é pelo sangue, ou seja, fazendo um filho e perpetuando seus genes. Assim, decide buscar a mulher digna de ter o seu filho.
Apesar de casado, Zé encontra-se infeliz com sua esposa, e cria um desejo pela namorada de seu melhor amigo, surgindo daí a história do filme.
Como podem imaginar pelo ano do filme e pelo característico respeito à memória cinematográfica brasileira, ainda mais se tratando de um filme de terror, a qualidade da imagem é bem baixa, sendo que o filme necessita urgentemente de remasterização.
Nota: 6
Esta Noite Encarnarei no Seu Cadáver
Dir. José Mojica Marins, Brasil, 1966, 100 min
Continuação de À Meia-Noite, a história reinicia onde a primeira tinha acabado.
No filme, Zé do Caixão continua sua busca pela mulher perfeita, digna de ser mãe de seu filho. O que antes era um objetivo, agora se torna uma obsessão. Para isso, Zé seqüestra 6 belas jovens da cidade, disposto a avaliá-las e decidir quem seria sua esposa.
Provavelmente por possuir um maior orçamento, a história conta com produção muito melhor do que a do primeiro filme, tendo até uma seqüência a cores. Há muito mais personagens, mais cenários e mais esmero nos detalhes.
E a crueldade de Zé aumenta neste filme, sendo um frio torturador, justificando seus atos na necessidade de dar continuidade à sua linhagem, numa versão tupiniquim da personagem central do livro Crime e Castigo, Raskólnikov.